Parques Tecnológicos inovam o ecossistema das cidades

*Por Maria Gorete Hoffmann, Coordenadora de Projetos da Fundação CERTI há mais de 35 anos

Os parques tecnológicos são mecanismos de desenvolvimento para as cidades, geram empregos qualificados, impulsionam a economia local por meio de empresas inovadoras, além de desenvolver soluções importantes para as empresas e a população em geral. Cidades que possuem parques e ecossistemas de inovação fortalecidos são exemplos e referências para as demais de como trabalho articulado pode trazer diversos benefícios a toda a sociedade.

Mas afinal o que é um Parque Tecnológico? A lei 13.243 de 2016 que dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação no Brasil, define “Parque Tecnológico é um complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tecnológico, promotor da cultura de inovação, da competitividade industrial, da capacitação empresarial e da promoção de sinergias em atividades de pesquisa científica, de desenvolvimento tecnológico e de inovação, entre empresas e uma ou mais Instituições de Ciência e Tecnologias, com ou sem vínculo entre si”. Ou seja, é um mecanismo de promoção ao desenvolvimento regional, estruturado em uma área física que reúne empresas e promove a interação entre elas, instituições  de ensino e pesquisa e entidades de apoio estimulando a transferência de tecnologia, proporcionando o surgimento de novas tecnologias que auxiliam a competitividade empresarial e soluções inovadoras no mercado.

De acordo com o relatório de Indicadores de Parques Tecnológicos, Estudo de Projetos de Alta Complexidade (2019), existem 103 Parques espalhados pelo Brasil e a maior concentração deles está nas regiões Sul e Sudeste.  Nesses parques estão instaladas 1.337 empresas que geram mais de 38.000 empregos altamente qualificados, impactando assim, a economia local.  Nesse mesmo relatório, há informação que os Parques geram impactos como interação entre indústria e universidade, competitividade regional, arrecadação de impostos, atração e retenção de pessoal qualificado. Destacam, ainda, que os Parques são importantes ambientes para as empresas se manterem competitivas, mesmo em períodos com grandes desafios tanto econômicos quanto políticos, como os observados nos últimos anos.

Cada cidade e região possui características próprias e isso dificulta uma metodologia única para a criação de um Parque Tecnológico. Mas, alguns cases de sucesso no Brasil possuem alguns pontos em comum. Eles consideram que o desenvolvimento de ambientes de inovação concentra atividades de diferentes áreas de competência e analisam todos os aspectos envolvidos com a estruturação de um Parque Tecnológico, além de analisarem elementos como infraestrutura física, planejamento do negócio, todos os aspectos de ciência e tecnologia envolvidos, sustentabilidade econômica e ambiental, potenciais empreendimentos âncoras, formação de aglomerados empresariais, governança e gestão, definição de produtos e serviços, assim como marketing e comunicação.

Neste sentido, destacam-se no país o Sapiens Parque de Florianópolis (SC),  com uma área de 431, 5 hectares e diversos empreendimentos instalados geradores de mais de 1800 empregos diretos. Além disso, o Parque Tecnológico Alfa, também em Florianópolis (SC) é o primeiro viabilizado no Brasil, reúne 68 empresas e gera cerca de 3 mil empregos, sendo 75% de nível superior. Outro destaque é o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), criado em 2003 a partir da necessidade de acompanhar as transformações promovidas pela usina hidrelétrica de Itaipu, promovendo o crescimento econômico da região. Hoje abriga universidades, centros de pesquisa e inovação, incubadora e diversas empresas de base tecnológica. Diariamente circulam mais de 5 mil pessoas ligadas ao PTI.

Outro importante Parque que está em fase de planejamento é o Parque da Marinha, no Rio de Janeiro. Entre seus objetivos está apoiar o domínio de tecnologias estratégicas relacionadas à defesa nacional e proteção dos ativos do mar do Brasil. O Parque deve apoiar a Marinha no processo de transferência de tecnologia, conectando instituições de Ensino e Pesquisa, empresas, startups e especialistas nas mais diversas áreas tecnológicas estratégicas ao Brasil, além de gerar um ambiente atrativo para parceiros capazes de apoiar o processo de inovação aberta daquela instituição.

Nota-se, portanto, que o Parque Tecnológico, como já comentado anteriormente, é relevante estratégia estruturante de um município, capaz de dar visibilidade ao ecossistema de inovação existente, uma vez que reúne e integra habitats e iniciativas de apoio ao empreendedorismo inovador, grandes empresas, centros de pesquisas e instituições de ensino e de governo. E, desta forma, o parque alavanca o desenvolvimento econômico  a partir de soluções e empresas inovadoras, geradoras de emprego qualificado e que apoiam a competitividade dos negócios do país, gerando assim, um círculo virtuoso de desenvolvimento que dinamiza a atração de empresas, investidores e profissionais qualificados ao município.

 

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