Piora na projeção de crescimento do PIB reflete atividade econômica mais lenta que o previsto

A redução na projeção de crescimento da economia este ano reflete, em grande parte, a recuperação da atividade econômica doméstica em ritmo menos intenso do que o previsto anteriormente. A avaliação consta do Relatório de Inflação, divulgado hoje (20) pelo Banco Central (BC).

A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 1,6% para 1%.

Entretanto, o BC ressalta que “a demanda doméstica tende a se apresentar robusta” nos próximos semestres. Na avaliação da autoridade monetária, isso deve ocorrer devido ao consumo das famílias, estimuladas pelo crescimento da renda e pela expansão moderada do crédito. O BC acrescenta que as reduções da taxa básica de juros, a Selic, de agosto de 2011 até outubro deste ano, ainda devem gerar mais efeitos na economia. Em novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC optou por manter a Selic em 7,25% ao ano.

O Banco Central ressalta também que “os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança dos empresários criam boas perspectivas para o investimento nos próximos semestres”.

Em relação ao cenário externo, o BC avalia que as economias maduras terão baixas taxas de crescimento e abaixo do potencial por período prolongado de tempo. No caso das economias emergentes, há sinais de aceleração do ritmo de atividade.

De acordo com as projeções da instituição, a produção agropecuária deverá registrar queda de 1% este ano, ante projeção de 1,4% de retração. Segundo o BC, a melhora está associada ao desempenho das culturas de café e milho no terceiro trimestre.

A estimativa para queda da produção da indústria passou de 0,1%, em setembro, para 0,5%, devido às reduções nas projeções de crescimento para a construção civil, de 2,5% para 1,9%, e a indústria extrativa, que passou de expansão de 0,8% para queda de 0,5%. O crescimento projetado para o setor de serviços em 2012 ficou em 1,6%, abaixo dos 2,2% da estimativa anterior.

No caso dos investimentos (formação bruta de capital fixo), a perspectiva de retração foi reduzida em 1,3 ponto percentual, para 3,5%. As projeções para o consumo das famílias e do governo passaram, na ordem, de 3,3% para 3%, e de 3,7% para 3,2%, respectivamente.

A variação anual das exportações foi revista para 0,3%, com redução de 0,6 ponto percentual. A expansão das importações foi revisada para 0,3%, ante 2,7%.

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