Executivos da Vox Capital, Indicator Capital, Positive Ventures e Monashees estão entre os novos cotistas do Sororitê Fund 1
Há tempos uma dura realidade chama a atenção no mercado global de inovação: o baixo volume de investimentos direcionados às fundadoras. Os números evidenciam o tamanho do problema. Nos Estados Unidos, por exemplo, os aportes em startups fundadas por mulheres somaram apenas 2% dos investimentos totais realizados em 2022. Em 2018, ainda, pesquisa da Boston Consulting Group demonstrou que, em um período de 5 anos, startups fundadas por homens receberam mais do que o dobro de aportes do que as fundadas por mulheres.
Dispostos a mudar o cenário, sócios de importantes gestoras de Venture Capital (VC) decidiram investir no Sororitê Fund 1, fundo da Sororitê Ventures voltado para startups em estágio inicial (early stage) fundadas ou cofundadas por mulheres. Entre os novos cotistas, estão Daniel Izzo, da Vox Capital; Thomas Bittar, da Indicator Capital; Bruna Constantino, da Positive Ventures; e Aline Esteves, Sullyen Almeida e Muriel Kauffman, da Monashees.
“Esses investidores compartilham a visão e o compromisso de fomentar a diversidade no empreendedorismo, reconhecendo tanto o potencial transformador quanto o retorno das iniciativas lideradas por mulheres. Além disso, representam casas tradicionais e renomadas da indústria, e seu apoio sinaliza que o próprio mercado de Venture Capital está se movimentando para impulsionar essa transformação e ampliar a diversidade entre os fundadores de startups no Brasil”, destaca Erica Fridman (à direita na foto em destaque), General Partner da Sororitê Ventures.
Daniel Izzo, da Vox Capital, destaca que o Sororitê Fund 1 é uma iniciativa crucial para mudar o cenário atual e impulsionar o crescimento de negócios liderados por mulheres. “Todo investimento tem impacto e faço questão de direcionar todos os meus investimentos para ajudar a criar o mundo em que eu gostaria de viver. No caso da Sororitê, um mundo com mais equidade e igualdade de oportunidades entre os gêneros. Uma iniciativa muito importante e que gostaria muito de ver prosperar.”
Já Muriel Kaufmann, da Monashees, acredita que negócios liderados por mulheres combinam diferentes perspectivas, resultando em soluções mais criativas e eficazes. “Não se trata de corrigir uma desigualdade, mas de liberar um enorme potencial de transformação, crescimento e retorno”, enfatiza.
Na mesma linha, Aline Esteves, também da Monashees, reforça que olhar para startups que foram fundadas ou cofundadas por mulheres, também é um fator de inovação. “O Fund 1 da Sororité fomenta a diversidade de forma de pensar o que é naturalmente um catalisador de inovação: a verdadeira força motriz do mercado de tecnologia e startups“, afirma.
Único no Brasil com abordagem voltada para gênero e liderado por Erica Fridman e Jaana Goeggel, o Sororitê Fund 1 tem como missão fortalecer a representatividade feminina no ecossistema de inovação e tecnologia.
“Especialmente para startups early stage, que possuem poucos dados e uma história de vida curta, a tomada de decisão do investidor acaba sendo mais qualitativa, com base na confiança no time fundador e com a tese. Nesse sentido, a importância de termos mais mulheres investindo se faz ainda maior, pois mulheres são duas vezes mais inclinadas a investir em outras mulheres do que os homens. Esses investidores compartilham a visão e a intenção de fomentar a diversidade no empreendedorismo, reconhecendo o potencial transformador de iniciativas lideradas por mulheres”, afirma Erica.
O fundo está em fase de captação e para compô-lo, as sócias buscam atrair investidores pessoas físicas, family offices e empresas e fundos que investem em VCs que estejam interessados no alpha gerado por investir em diversificação de gênero, uma concepção única no Brasil. “Temos um posicionamento único no ecossistema para ser a primeira escolha de fundadoras talentosas e com ambição para resolver grandes dores do nosso país. Agora, com o apoio de grandes nomes do mercado, reforçamos nosso compromisso de promover um ecossistema de inovação mais inclusivo e diverso”, reforça Jaana Goeggel (à esquerda na foto em destaque).
Liderança feminina
Comandado por Erica Fridman e Jaana Goeggel, o Sororitê Fund 1 traz à tona um dos principais debates sobre equidade de gênero no mercado de Venture Capital. Presença constante em palcos de eventos como South Summit, Web Summit, Startups Summit e Rio Innovation Week, ambas têm histórico em grandes corporações antes da entrada no universo do VC.
Erica Fridman é graduada em Administração pela FGV e construiu uma carreira em inovação, em empresas como Johnson & Johnson e Procter & Gamble. Nos últimos cinco anos, concentrou-se em Venture Capital, visando a equidade de gênero desta indústria. Mentora de dezenas de startups, é reconhecida desde 2021 como Top Women Investing in Latin America Tech. Ela é General Partner da Sororitê Ventures, que tem como o primeiro fundo o Sororite fund 1. Erica também fundadora do Sororitê Angel Network, a maior rede de mulheres investidoras anjo do Brasil.
Já Jaana Goeggel é graduada em engenharia pela ETH Zurich, com MBA pela Columbia Business School. Tem vasta experiência executiva em empresas de renome, como Expedia, American Express e McKinsey, com atuação global, e traz uma perspectiva diferenciada para o mundo das startups. Foi reconhecida como Top Women Investing in Latin American Tech pela LAVCA em 2023, sendo conselheira da Columbia Ventures e Venture Partner na QBits Capital. Ela é General Partner da Sororitê Ventures e cofundadora do Sororitê Angel Network, a maior rede de mulheres investidoras anjo do Brasil.