A época mais quente do ano aquece também os negócios no litoral do Nordeste. No Rio Grande do Norte, a alta estação vira sinônimo de boas vendas para os empreendedores que faturam com a chamada economia de verão. Alguns chegam a ampliar as vendas em mais de 100% no período que vai de dezembro a fevereiro. Tempo de aproveitar sol, mar, férias e de obter bons lucros.
Já reconhecida como uma das sobremesas mais consumidas, o sorvete é um verdadeiro desejo nos verões escaldantes de Mossoró, segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. A procura crescente refresca o calor e aquece a economia entre os empreendimentos do setor. É com base nesse cenário que o empresário Valcides de Sales, dos sorvetes Gelice, vê o crescimento de até 30% nas vendas do produto nesse período. Nos demais meses do ano são comercializados, em média, 230 mil litros de sorvete. Já no verão, são 300 mil litros do produto.
É realmente um período muito proveitoso do ponto de vista do crescimento nas vendas. Sorvetes e picolés ajudam muito a enfrentar o calor, que agora está ainda mais forte, e isso ajuda na elevação das vendas”, pontua.
Os sorvetes e picolés da empresa já não amenizam apenas o calor dos potiguares. Os produtos já abastecem também os mercados da Paraíba e do Ceará. Ao todo são 1,5 mil pontos de distribuição e comercialização nas três unidades federativas. “Oferecemos diversos sabores, que trazem variações de frutas tropicais da nossa região, além de sabores tradicionais e as opções sem açúcar e sem gordura, que é uma fatia do mercado que está crescendo bastante”, acrescenta o empresário.
Plantas e sucos
A paisagista Cristina Kuhn entende bem a importância da alta estação para aumentar o fluxo de caixa da empresa. Há nove anos, ela mantém um empreendimento na comunidade de Pium (que fica na divisa entre os municípios de Parnamirim e Nísia Floresta), a floricultura Terra Viva. As mais de 3 mil espécies – incluindo algumas exóticas, como as bromélias híbridas e rosas pendentes – atraem clientes de todas as partes do Brasil e do mundo.
“Minha clientela é basicamente formada por estrangeiros, que passam a maior parte do ano no país de origem e, quando chega o verão brasileiro, vêm a Natal e desejam cuidar do jardim de suas moradias. Minhas vendas crescem mais de 100% entre novembro e o início de janeiro”, diz a empreendedora. A explicação para o aumento da procura pode estar na localização da floricultura, que é uma espécie de chácara onde são cultivadas e comercializadas as espécies: a principal rota de acesso às praias do Litoral Sul do estado. Entre elas, Pirangi, Búzios e Tabatinga, onde grande parte dos natalenses passa o verão.
Mais do que um negócio de venda e hospital de plantas, a floricultura Terra Viva é conhecida pelo hospital de bonsai e pelo espaço chamado de oca. A proposta é oferecer aos visitantes a opção de estar em um ambiente natural, que abriga um amplo viveiro de mudas, ervas e plantas, enquanto saboreia delícias variadas como uma salada de frutas típicas da região com sorvete, servida na quenga do coco, e sucos naturais feitos com ingredientes da horta local.
Tudo isso servido à sombra das árvores, em acomodações singelas e confortáveis. É um estilo diferente de servir o que a natureza tem de melhor. Em caso de pequenos grupos, as visitas podem ser agendadas por telefone. O negócio é um dos que estão inseridos nos Caminhos de Pium, um roteiro turístico alternativo criado pelo Sebrae no Rio Grande do Norte.
Proteção solar
Embora necessários ao longo de todo o ano, é no verão que as pessoas atentam mais para o uso de produtos voltados à proteção da pele. A exposição excessiva aos raios ultravioleta exige cuidados especiais e os negócios inseridos no setor lucram com a procura elevada. São exatamente esses artigos, integrantes da linha solar, que ajudam a elevar em até 30% a média de faturamento da Salutaris, indústria de cosméticos de Mossoró, neste período.
Os protetores solares, base facial e protetor labial, além de hidratantes, loções pós-sol e bronzeadores, figuram na lista dos produtos mais comercializados. “O verão é um período muito esperado por nós. Começamos a preparação em novembro para que toda a demanda seja atendida prontamente. Os resultados têm sido bem positivos ao longo dos anos”, detalha Cleonídio Araújo, diretor da Salutaris.
Além da marca própria, a microempresa genuinamente mossoroense, com quatro anos de atuação no mercado, também terceiriza a produção. Assim consegue abarcar uma fatia ainda maior no mercado, seja com a linha solar ou demais produtos como perfumes, xampus e sabonetes.
