Como a gamificação pode diminuir o turnover nas empresas

A tendência de estar alinhado com o propósito do local em que trabalhamos, sabendo integrar vida pessoal e profissional, atualmente, se torna um fator indispensável na hora de permanecer em uma empresa. Hoje, mais do que um bom salário e benefícios, o colaborador procura felicidade e qualidade de vida, onde consegue contribuir para o crescimento daquela corporação. As empresas, por sua vez, querem diminuir os gastos extras com os funcionários – como o absenteísmo, por exemplo – e procuram formas de implementar medidas internas que proporcionam bem-estar para aqueles que trabalham lá.

As organizações que ainda insistem naquele modelo de gestão ‘engessado’, em que enxergam os colaboradores como um número, devem se reinventar para permanecerem com seus talentos. O funcionário precisa sentir que ele é a essência e a base da empresa, pois, além dessa sensação de pertencimento aumentar sua produtividade e autoestima, evita o esgotamento/estresse, melhorando a saúde da equipe como um todo. Empresas que não querem se atualizar vão ver seus membros se desligando da corporação por diversas causas, entre elas: insatisfação com o local de trabalho, problemas com liderança, falta de autonomia, desmotivação, problemas de saúde e até a cultura empresarial.

Não é à toa que o tema humanização cresce a cada dia. Nesse movimento, as empresas buscam se engajar em projetos sociais, esportivos, culturais e investem no bem-estar dos colaboradores, com o intuito de driblar essa desestimulação e alta rotatividade de pessoas. Dessa forma, implementam programas de gamificação e saúde para funcionários. Isso pode acontecer por meio de técnicas de atividades físicas para incentivar e cativar as pessoas por intermédio de desafios constantes e bonificações.

De acordo com um estudo realizado pelo Mestre e Doutorando em Educação Física Aylton J. Figueira Júnior, na UNICAMP, organizações que investiram em programas de qualidade de vida apresentaram um aumento médio de 39% na produtividade do colaborador, além de mudanças no comportamento – como diminuição dos hábitos degenerativos à saúde – redução nos gastos com o seguro saúde, redução de 20% a 25% em acidentes no local de trabalho, redução de 15% a 20% do absenteísmo e 10% a 15% na rotatividade, bem como uma queda de 20% a 25% no número de acidentes dos funcionários.

A saúde e a felicidade são a chave para o turnover

Uma das únicas coisas que temos em comum é o tempo. Seguimos uma rotina de sete dias na semana, 24 horas e 1440 minutos em um dia. Para uma vida em equilíbrio, precisamos separar um momento para trabalhar, dormir, se dedicar aos estudos, alimentação, hobby e não podemos esquecer da atividade física. Mas, muitas vezes, parece que esse tempo não “fecha” e muitos colaboradores se sentem cansados, estressados/sedentários, o que afeta o rendimento e o índice de insatisfação no trabalho – aumentando o turnover.

Por isso, essas empresas mais inovadoras e que fazem uso de atividades físicas com a gamificação pensando no bem-estar do funcionário, tendem a ter uma rotatividade mais controlada, devido a consciência e preocupação com a humanização do colaborador. As boas organizações também precisam investir na qualidade de vida dos membros da equipe para evitarem, futuramente, gastarem com doenças causadas pelo sedentarismo, por exemplo.

Acredito que a gamificação traz benefícios tanto no fator individual como no coletivo. No fator individual, como já comprovado por diversos estudos científicos e na prática pela população, uma pessoa ativa fisicamente se sente melhor, mais bem disposta e com mais autoconfiança. Isso faz com que ela produza mais, se engaje com projetos da empresa e se sinta empoderada para evoluir em outras competências comportamentais/técnicas – que podem levar a um salto na sua carreira. No fator coletivo, temos um ganho muito grande na integração entre pessoas que nem se conheciam e por meio de programas de gamificação passam a ter metas e objetivos compartilhados, tornando-se amigos.

Existe um relato da Ferrous, mineradora brasileira, que traduz bem o cenário em que vivemos: “As pessoas agora são pessoas e não mais crachás. As áreas agora são pessoas e não departamentos. Agora, a gente se conhece de verdade”. É nesse sentido que as empresas devem trabalhar para manter seus talentos em sua equipe. Humanização e gamificação andam de mãos dadas, a felicidade e saúde do colaborador está associada ao bom desempenho de uma empresa. Gosto de brincar que programas de gamificação deixam a empresa mais leve e mais rápida, proporcionando maiores resultados de forma natural.

*Pedro Reis já disputou duas vezes o IronMan, oito meia-maratonas e dez triatlos. É sócio-proprietário da a VIK, uma startup que oferece um programa de gamificação com 100% de abrangência para empresas. Com o lema principal de transformar vidas e ajudar as pessoas a saírem do sedentarismo, a VIK transforma um programa de saúde em uma competição saudável e prazerosa, além de proporcionar integração entre os funcionários de grandes organizações. Por meio de uma plataforma digital, os participantes poderão acompanhar o passo a passo do desafio, em qualquer lugar do mundo, além de terem acesso ao seu rendimento.

 

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