Coronavírus e trabalho: como sobreviver à crise

Em fevereiro de 2020, mais de 93 milhões de pessoas estavam empregadas segundo dados da CEIC. O último censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao final de 2019, apontava mais de 24 milhões de brasileiros empregados em regime de informalidade ou autônomos.

Seja o impulso dado ao serviço de delivery, seja o modo como forçou o governo a criar medidas provisórias das mais diversas, a crise do novo coronavírus impactou tudo e todos. Com pouco menos de um mês de quarentena, além da prorrogação em outros países e no estado de São Paulo, como declarado nesta sexta-feira (17), os efeitos econômicos são expressivos, com queda na bolsa de valores, circuit breaks, demissões, antecipação de férias, entre outros.

A pergunta que paira sob todos os trabalhadores, informais ou formais, é: como sobreviver à crise? Educador financeiro e fundador do grupo The One, Uesley Lima ponderou sobre a questão: “Sabemos que a crise trazida pelo coronavírus pegou todos nós de surpresa. As expectativas financeiras para 2020 estavam boas, mas precisamos entender que a Covid-19 atinge o mundo inteiro e que todos nós sofreremos com isso”.

Com as dificuldades especuladas de menor renda cada vez mais palpáveis para o povo brasileiro, um estudo feito por pesquisadores da UFMG mostra que famílias que contam com renda entre zero e dois salários mínimos terão impacto de cunho financeiro 20% maior do que a médias das famílias do país. A fim de se manter no controle das rédeas da pandemia, o governo instaurou uma medida emergencial que prevê o pagamento no valor de R$ 600,00 para trabalhadores sem carteira assinada, autônomos, microempreendedores individuais (MEI) e desempregados, além da obrigatoriedade de ter família com renda mensal de até três salários mínimos ou com renda de até meio salário mínimo por pessoa. A medida entra em vigência na sexta-feira dia (17), com mais de 9 milhões de pessoas inscritas e um montante de R$ 5,5 bilhões a ser pago.

Acrescendo às suas considerações, o especialista diz que o momento não é de se levar no embalo da emoção quando o assunto é dinheiro. É preciso cortar gastos supérfluos e não se comprometer com grandes dívidas: “Planejamento é a palavra-chave neste momento”. O planejamento familiar das finanças foi comparado por ele a planejamentos empresariais no que diz respeito ao cálculo de quanto se tem de respaldo bancário paralelamente a quanto é necessário para a sobrevivência.

Ele ainda ressalta a importância da transparência e do reconhecimento da situação financeira pessoal ao dizer que é fundamental conversar com a família e deixá-los a par do atual cenário econômico, evitando gastos exorbitantes e garantindo a contribuição de cada uma para a sobrevivência no momento de crise.

“A única certeza que temos é que esse momento vai passar. A forma mais positiva de encarar tudo isso é se organizando, planejando e mantendo a calma”, conclui Uesley.

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*Uesley Lima é educador financeiro e trader da Bolsa de Valores, Uesley Lima dedica seu tempo ao desenvolvimento de conteúdos para instruir tanto iniciantes como experientes sobre como conduzir-se no mundo dos investimentos e finanças. Fundador da empresa Grupo The One, o especialista já prestou treinamento há mais de cinco mil pessoas em seus cursos, palestras e workshops em todo território nacional.

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