Crescimento e soluções: o ano das fintechs

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Impulsionado pela força do distanciamento social, o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções digitais para a movimentação de valores aqueceu o setor das fintechs

Ao longo do ano, muitos dados foram publicados com pesquisas e balanços que analisam o fenômeno mundial das fintechs. E, embora os resultados referentes a 2021 ainda estejam em progresso, já se nota que essas empresas estão com força total também no Brasil. De acordo com o Banco Central, 40 instituições financeiras iniciaram suas atividades em 2020. As fintechs brasileiras atraíram quase 9 bilhões de dólares em investimento nos últimos três anos. E mais: o número de fintechs unicórnios (startups privadas com uma avaliação de mais de US$ 1 bilhão) aumentou de 61 em abril de 2020 para 108 em abril de 2021.

Com inovações que devem se popularizar em 2022 – como as novas funções do PIX, o Open Banking em seu ciclo completo, blockchain, NFT (tokens não fungíveis), DeFi (finanças descentralizadas), e os testes do “real digital” anunciados pelo próprio BC, é as fintechs – inclusive as estrangeiras, de olho no Brasil como um ecossistema promissor para seus negócios – devem continuar com um papel fundamental no desenvolvimento do país.

A seguir, destacamos algumas fintechs que se destacaram neste ano:

Rapyd – Plataforma de unificação de meios de pagamentos, a israelense Rapyd tem entre seus clientes no Brasil Cornershop e Hotmart, e em outros países atende Uber e Ikea, por exemplo, passou a ser a fintech isralense mais valiosa depois de receber um aporte de US$ 300 milhões em uma rodada da série E, que a levou ao patamar de “decacórnio” (unicórnio avaliados em mais de US$ 10 bilhões). Com dinheiro em caixa, a empresa adquiriu recentemente a Neat, uma plataforma de capacitação de comércio internacional para pequenas e médias empresas e startups com sede em Hong Kong – e agora estuda fazer aquisições no Brasil.

Stark Bank – Fundada em 2018, a Stark Bank oferece tecnologia financeira de cash management para que empresas e startups em rápido crescimento escalem suas operações e façam conciliação automatizada. Buser, Quinto Andar, Loft, Colgate, D.local, Bitso, PetLove, Kovi e a Daki, o mais recente unicórnio do Brasil, são alguns dos clientes de maior destaque da fintech. Em 2021, a Stark Bank levantou US$ 13 milhões (cerca de R$ 74 milhões) numa rodada Série A para financiar a melhoria dos produtos atuais de PIX, Cash Management e Cartão Corporativo, o lançamento de novos produtos de Adquirência, Câmbio, CCB, emissão de cartões white-label e oferta de infraestrutura bancária, além de aumentar o time de pessoas excepcionais. A fintech movimenta mais de R$1 Bi ao mês. A intenção é triplicar a equipe para crescer o volume em 10x no próximo ano.

ADDI – A ADDI, plataforma colombiana líder na América Latina em ‘Buy Now, Pay Later’, anunciou em 2021 dois aportes, um em maio e outro em setembro, que totalizam mais de R$700 milhões. Fundada em Bogotá, em 2018, por Santiago Suarez, Daniel Vallejo e Elmer Ortega, a fintech tem como missão impulsionar o comércio digital na região, oferecendo soluções alternativas de parcelamento sem a necessidade de cartão de crédito, usando as modalidades de boleto, PIX à vista ou parcelado. Neste ano, além dos aportes, a ADDI anunciou um rebranding, novos formatos de pagamento e o lançamento de um aplicativo para pessoas físicas acompanharem seus parcelamentos.

Pomelo – A Pomelo, criada em março deste ano, iniciou suas operações no Brasil, para criar a maior infraestrutura de fintechs da América Latina. A startup oficializou o início de sua atuação de forma simultânea em três países: Brasil, Argentina e México e recebeu investimento de R$190 milhões (USD35 M), sendo um dos maiores Series A na América Latina. A Pomelo, fundada por Gastón Irigoyen, Hernan Corral e Juan Fantoni, executivos do Mercado Pago, Mastercard e Naranja X permite que fintechs e empresas de tecnologia, desde startups a líderes do setor, incorporem serviços financeiros (Embedded Finance) para seus negócios. Sua plataforma de APIs de nova geração permite que as empresas tenham processos de onboarding simples de integrar e seguros, abram contas virtuais conectadas aos sistemas financeiros locais e emitem cartões de débito, crédito e pré-pago pela América Latina.

Clara – A Clara é a startup latino-americana que mais rapidamente se tornou um unicórnio. Criada no México, a fintech foi lançada oficialmente no Brasil em dezembro, amparada por uma parceria com a Mastercard e investimentos que, desde sua criação, totalizam US$1bi de dólares. Fundada em 2020 pelos empresários Diego García e Gerry Giacomán Colyer, a fintech oferece uma solução para gestão de despesas de empresas por meio de uma plataforma abrangente que inclui cartão de crédito corporativo e um sistema de gestão de despesas corporativas. A Clara permite que as empresas cresçam mantendo o controle de suas finanças.

PayKey – Fintech israelense que chegou ao Brasil em agosto e já está redefinindo, junto às instituições financeiras, a experiência de mobile banking e pagamentos. A empresa oferece uma plataforma de soluções bancárias incorporadas para bancos e instituições financeiras através do salário on demand, que permite o acesso instantâneo à renda proporcional aos dias trabalhados antes da data de pagamento; e do teclado bancário – um novo canal de serviço para os bancos que possibilita o usuário acessar a conta sem sair do aplicativo das redes sociais.

Speedy. io – Já a fintech de serviços financeiros focada em micro, pequenos e médios empreendedores, Speedy. io, surge no mercado para se consolidar com ofertas de produtos e serviços livres de burocracias e para qualquer pessoa jurídica, independente do ramo de atividade da empresa. Criada em fevereiro de 2021, a companhia de abrangência global é a aposta de um grupo de investidores europeus que aceitou o desafio de lançar a marca primeiramente no Brasil, principalmente por sua relevância dentro da América Latina. Atualmente, a Speedy trabalha com a conta de pagamento para PJ – que pode ser aberta em cinco minutos com ajuda de qualquer dispositivo com acesso à internet. O cliente que abrir sua conta terá serviços de conta corrente (TED, transferência bancária, saque e extrato) e serviços de cobrança (emissão de NF e emissão de fatura). Todas as transações estão disponíveis em um painel de forma automática e intuitiva para controle total de entradas e saídas. E para 2022, a Speedy se prepara para ser Provedora de Serviços de Pagamento (PSP), focada em e-commerces e também tem como objetivo, lançar serviços de pagamentos internacionais, impulsionando o comércio globalizado. Com este foco, a Speedy projeta a meta de ter 100.000 contas ativas em 2 anos.

EmpreX – A fintech EmpreX foi criada com o propósito de ajudar brasileiros a melhorar suas finanças ao quitar suas dívidas caras com os bancos. A oferta da startup nem é só para quem não está conseguindo pagar suas parcelas. Quase todos os brasileiros que têm um empréstimo bancário têm a oportunidade de economizar um bom dinheiro com essa solução. Ao acionar a startup, está fará uma proposta de refinanciamento da dívida cara com juros menores.

Meu Acerto – A Meu Acerto é uma fintech que oferece uma solução inovadora e digital de negociação de dívidas, garantindo protagonismo ao consumidor na hora de colocar sua vida financeira em dia. Em pouco mais de quatro anos, a startup fundada por Pedro Lima e Rodrigo Costa, já ajudou centenas de milhares de consumidores a saírem da inadimplência, por meio de uma negociação rápida, personalizada e acessível para todos. Para as empresas, a Meu Acerto otimiza a cobrança com equipes especializadas na jornada de negociação dos consumidores e uso de inteligência artificial, que garantem agilidade nos processos e na tomada de decisões. A Meu Acerto recebeu no início deste ano, investimento do Banco Inter, quando também fortaleceu sua atuação em frentes que vão além da cobrança, como recuperação e reengajamento de clientes.

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