É possível vender afeto?

Ah, o afeto… aquele carinho que todos nós sentimos por alguém, por momentos e até mesmo por objetos, e que é tão difícil – arrisco dizer que quase impossível – de explicar. Ao olharmos nos dicionários, a palavra pode ser descrita como uma imensa adoração, admiração. Quem nunca guardou um presente ou uma vestimenta pelo apego que eles carregavam? Aquela mistura boa de nostalgia, emoção e amor que virou só uma lembrança? Por envolver uma sensibilidade tão grande, é natural que muitos empreendedores, e até mesmo consumidores, se questionem se é possível colocar um preço em algo que deve emanar sensações.

Apesar de ser uma indagação um tanto quanto capciosa, venho dizer que sim, podemos fazer isso. E vou além: é mais do que plausível atrelar uma boa vivência afetiva a um bom modelo de negócios. E a chave disso está justamente na experiência do cliente.

É importante ter em mente que faz parte da natureza humana querer se sentir amado e querido pelo outro. Desde a hora que a gente nasce, ganhamos mimos como a primeira mantinha, o primeiro sapatinho, o primeiro brinquedo… Tudo isso possui um valor sentimental enorme para aquele que recebe, justamente por representar uma forma de atenção e ternura com o próximo.

Logo, a experiência de como os produtos ou serviços serão apresentados conta muito nessa história! Seja por meio de um cheiro que remete à infância, pela embalagem personalizada ou um atendimento mais humanizado, os detalhes aproximam as pessoas, mostram que o sentimento é recíproco e que você também deseja minimizar a saudade e colocar um sorriso no rosto de um amigo ou familiar especial. Mercadorias e artefatos podem ser encontrados aos montes no comércio e no varejo, mas o apreço fornecido do primeiro contato ao pós-venda é o que realmente faz a diferença e cativa o comprador.

Vale ressaltar que a autenticidade é a chave do negócio. De nada adianta buscar referências nostálgicas, criar soluções inovadoras e atraentes para reter o público se não transparecer um sentimento verdadeiro. Pode ser que em um primeiro momento isso até se sustente, mas depois tende a cair no ostracismo, justamente porque soa falso na outra ponta.

Por isso, é importante criar uma ideia que irá nortear a trajetória da sua empresa durante todo o ano, assim, alinhado o discurso, você conseguirá entender melhor com quais produtos irá trabalhar e de qual forma. E se a gente encher o mundo, o coração e os nossos negócios de afeto, carinho e amor? Com certeza, o resultado que conquistaremos será ainda mais recompensador, certo?

Se você está pensando em investir em algo “fraterno” apenas pelo sucesso, saiba que está indo na direção errada! É preciso entender o que te motiva lá no fundo do coração para que você coloque suas energias. Só assim é possível emanar paixão e conquistar alegrias e suspiros por meio do seu trabalho. Fazer parte das lembranças mais calorosas de alguém é uma sensação única. Abrace essa ideia!

* Natiele Krassmann é cofundadora da marca Criamigos, rede de franquias de pelúcias personalizáveis.

Facebook
Twitter
LinkedIn