Estratégia e metas de mãos dadas

Em tempos de crise, como temos vivido, sempre há oportunidade para as empresas repensarem seus negócios. Em toda história do mundo corporativo até os dias de hoje, as organizações de maior sucesso em resultados, que superaram as crises e que cresceram de forma sustentável têm claramente a ideia da razão de existir de seu negócio (propósito), seu sonho (até onde quer e pode chegar, e em que tempo) e quais os valores que o sustentam. A soma de todos esses fatores é o que chamamos de cultura.

Tudo isto parece complicado, porém é muito mais simples do que parece. Empresas independente de seu tamanho, familiares ou profissionais, com ou sem fins lucrativos ou superavitárias precisam de pessoas engajadas para fazer o negócio existir e crescer. O primeiro passo é ter uma definição clara de seu propósito, sonho e valores. Não importa se é uma padaria, um comercio, uma pequena fábrica, uma startup ou um negócio já consolidado e que está crescendo muito, todos precisam ter os líderes alinhados com o mesmo objetivo.

Propósito é a razão pela qual o negócio existe e o impacto que este tem na sociedade em que vivemos. É a fonte da inspiração que faz com que acreditemos que o trabalho tem sentido. Já o Sonho é o que nos nutre para buscarmos algo além do que normalmente fazemos. Afinal, todo o profissional tem necessidade de saber até onde a organização em que trabalha quer chegar e o quanto ele pode contribuir para alcançar esse sonho. Logo, este deixa de ser do dono e passa a ser de todos.

E os Valores são os pilares que sustentam o negócio, ou seja, a essência da cultura. E é através deles que recrutamos, promovemos e retemos as pessoas mais alinhadas com a organização. Além disso, definido “onde estou” e “onde quero chegar”, as pessoas são movidas e necessitam ter metas objetivas e claras para alcançar o sonho e o resultado do negócio ano a ano. Isto é possível através da utilização adequada de uma metodologia de definição de metas, do desdobramento delas com as equipes e de um efetivo modelo de acompanhamento e controle dos resultados.

Quando as pessoas passam a entender o seu papel na estratégia, o quanto o seu setor impacta nos resultados, seja uma área fim ou meio de um negócio, passam a se comprometer para o atingimento dos resultados traçados. Agora, se elas não conhecem e não têm efetivos planos de ação para atingir os resultados, ficam sem rumo.

Logo, podemos concluir que todo engajamento se faz pela liderança. Uma vez que os líderes são justamente os embaixadores da cultura, responsáveis por fazer acontecer a estratégia no dia a dia, por engajar, trazer e comprometer as pessoas certas para o negócio e por gerar resultados. Portanto, ter líderes alinhados desde o princípio de seu negócio é fator crítico de sucesso para qualquer empresa que quer crescer de forma sustentável.

Mas, o que significa isto na prática? É ter um bom modelo de gestão de metas, de resultados e de pessoas que possa medir o efetivo resultado atingido. E além de ter as pessoas engajadas, se faz necessário um efetivo modelo de reconhecimento, financeiro ou não, como uma forma de valorizar as pessoas pelo resultado alcançado.

Focar em metas anuais para o crescimento é diferente de cumprir sua rotina do dia a dia. Buscar atingir resultados muitas vezes quase impossíveis, faz parte do desafio do líder e esta é a forma que a pessoa se motiva para querer crescer cada vez mais. A nossa rotina é muito importante e ela faz parte da razão de ser de um negócio. Contudo, ela sozinha não garante o seu crescimento e perpetuidade.

Difícil fazer isto? Depende do quanto o dono ou a  alta administração “compra” e quer ter as pessoas alinhadas com o negócio, se está disposto  a distribuir os resultados para aqueles que mais se dedicaram a superar as metas (meritocracia), e se tem disciplina para seguir os rituais de gestão que são necessários para que esta mudança de cultura ocorra.

Isto é o que faz a diferença em qualquer organização. Afinal, todos hoje estão em busca de um propósito, de um sonho e de reconhecimento. Por que não, então, ter tudo isso onde se passa a maior parte do dia?

*Josue Bressane Junior é diretor de Gestão & Performance da Consultoria LHH.

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