Ética em primeiro lugar

Quem nunca se sentiu atraído pela possibilidade de assumir a posição hierárquica mais alta de uma empresa? A sedução é tanta que a empresa americana Lee Hecht Harrison, parceira da Mariaca, realizou uma pesquisa com a sugestiva pergunta: Qual a posição mais alta que você deseja atingir em sua carreira?

Os resultados não deixaram dúvidas quanto às altas expectativas dos entrevistados: 22% almejam o cargo de vice-presidente ou de diretor de departamento ou divisão, 22%, o de vice-presidente sênior ou vice-presidente executivo; 12% o de presidente, diretor financeiro (CFO) ou diretor de tecnologia (CIO), enquanto 44% estariam satisfeitos em estar à frente de posições gerenciais.

Para muitos, o sucesso profissional costuma ser medido pela posição que ocupam em empresas, mesmo quando se sabe que a pessoa bem-sucedida não é necessariamente aquela que está no topo da pirâmide. Ter ética, autoestima, iniciativa, vontade de vencer, visão de mundo, boa formação pessoal e profissional, habilidade para se relacionar. Essas características falam mais do que é uma pessoa de sucesso nos dias de hoje.

A ética está no topo da lista. Nada é mais gratificante do que obter sucesso graças à fama de ser um profissional ético, justo e capacitado. E esse valor não é apenas essencial no decorrer da carreira, em qualquer posto de trabalho, mas também muito antes da largada, na hora de procurar emprego.

A prática de mentir no currículo é, infelizmente, bastante comum, tanto no Brasil como no exterior. Na Inglaterra, a seguradora inglesa Control Risks Group acompanhou 10 mil programas de seleção e concluiu que 34% forjaram dados acadêmicos. De acordo com a pesquisa, 20% dos candidatos buscavam uma posição sênior, e 40%, um cargo executivo.

A mentira pode passar despercebida na primeira etapa da seleção, quando os currículos mais adequados são escolhidos, mas não passará em branco em um estágio mais avançado do processo. Qualquer empresa que tiver uma metodologia séria e eficiente de recrutamento checará as informações do currículo.

Além disso, as habilidades e experiências divulgadas no currículo e requisitadas pela empresa serão cobradas nos projetos que o profissional terá de desenvolver. Ou seja, na hora do tudo ou nada, a casa pode cair.

Por isso, é fundamental adotar comportamentos universalmente éticos. Saber manter a confidencialidade das informações referentes à empresa em que você trabalha e aos negócios nos quais ela está envolvida é função de todo profissional. A mesma discrição deve ser levada a sério em relacionamentos com colegas de trabalho. Poder contar com os amigos na empresa é bom, mas nunca é demais medir as palavras e ficar distante das fofocas.

Vale lembrar ainda que o sucesso não deve ser obtido à custa de armações que possam prejudicar os colegas. As empresas valorizam quem está comprometido com o próprio trabalho – e não quem perde tempo com as intrigas. Hoje, é comum a existência de códigos de ética nas empresas. Conhecê-los evita comportamentos que possam prejudicar sua carreira.

Marcelo Mariaca é presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School.

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