Fintech TruePay recebe aporte de R$45 milhões em rodada seed

Investimento, co-liderado por Kaszek e Monashees, vai fortalecer plataforma digital voltada a lojistas que precisam de crédito e prazo para comprar dos fornecedores. 

 

A TruePay, fintech que auxilia lojistas na gestão de pagamentos corporativos (B2B),  recebeu nesta quarta (01.09) uma rodada seed de R$45 milhões, co-liderada pelos fundos  Kaszek e da Monashees, dois dos maiores players de venture capital da América Latina. Este é um dos maiores valores  levantados no Brasil para uma empresa em estágio inicial e a rodada também contou com a participação do GFC e da ONEVC.

A plataforma digital criada pela empresa permite que lojistas consigam mais crédito para comprar com seus fornecedores, usando os recebíveis de cartão como forma de pagamento. Após atuarem por anos no mercado de Venture Capital analisando e investindo em startups com modelos de negócio inovadores, Pedro Oliveira, que vem da Kaszek, e Luis Eduardo Cascão, que trabalhava na DNA Capital, identificaram um problema na dinâmica financeira na cadeia produtiva. 

“O varejista brasileiro é explorado quando pede crédito no banco, é explorado quando antecipa seus recebíveis com a adquirente, é explorado quando vai buscar uma fonte alternativa de crédito. O principal parceiro que o lojista tem nessa jornada é o fornecedor, que toma risco e oferece  crédito, mas não é banco”, comenta Luis Eduardo Cascão, cofundador da TruePay. 

O resultado disso, diz o empreendedor, “é que o varejista sempre precisa de mais crédito e o fornecedor em geral não pode aumentar esse limite. Nosso propósito é transformar essa relação, criando formas de acesso a crédito rápido, fácil e sem custo para varejistas manter e crescer o seu negócio, mantendo a dinâmica de crédito direto com os fornecedores, porém agora sem que eles precisem tomar risco” pontua Cascão.

A crise sanitária evidenciou a fragilidade dos pequenos comércios no Brasil. Só no estado de São Paulo, a pandemia do novo coronavírus foi o principal motivo do fechamento de 20,3 mil lojas em 2020, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). “No contexto atual, o varejista encontra muita dificuldade em conseguir crédito e quando consegue, tem que pagar taxas ou juros altíssimos”, comenta. 

Por serem pioneiros no mercado com um serviço sem taxas para os varejistas, os fundadores esperam “mudar o mito de que empreender no Brasil é uma missão quase impossível e com pouca colaboração externa. Nosso produto permite ao lojista ter apenas um limite de crédito, e esse crédito pode ser usado em vários fornecedores diferentes, liberando capital de giro para o empresário tocar seu negócio”, destaca Pedro Oliveira. 

A inovação será possível graças à nova regulação do Banco Central sobre registro de recebíveis, que entrou em vigor em 07 de junho de 2021, na qual varejistas terão mais liberdade para escolher como usar seus recebíveis. “A nova regulação permite trazermos ao mercado uma proposta ganha-ganha até então inusitada. Até agora, o varejista estava refém das maquininhas, que cobram taxas abusivas para antecipar um dinheiro que já era dele”, conclui o cofundador.

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