Green Eletron enviou mais de 170 toneladas de eletrônicos e pilhas para reciclagem

A pandemia tem sido um grande desafio para todos, do governo à população. Entre as dificuldades que surgiram no período, algumas apenas se agravaram, como a de manter ou expandir a coleta de resíduos para reciclagem no país.

A geração de lixo ficou mais evidente, enquanto a destinação correta desses resíduos foi prejudicada. Mesmo assim, a Green Eletron, gestora sem fins lucrativos da logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas sem utilidade, conseguiu recolher, em 2020, cerca de 88 toneladas do primeiro (dessas, 26 de metais ferrosos, 5 de não-ferrosos e 21 de plástico) e 83 toneladas do segundo, evitando que acabassem em locais inadequados e gerassem impacto negativo no meio ambiente. Por meio da reciclagem do plástico contido no material descartado, 37,5 toneladas de CO2 equivalente e 263,9 mil Kwh de energia deixaram de ser emitidos e consumidos, respectivamente.

O ano passado começou bem, com a expectativa do início da preparação para o Acordo Setorial de Logística Reversa de Eletroeletrônicos e as ações da gestora para incentivar a reciclagem e conscientizar empresas e pessoas. O primeiro bimestre praticamente dobrou a massa coletada no mesmo período de 2019, de 10,2 para 20 toneladas.

Nos meses seguintes, com o fechamento de lojas do varejo por conta do distanciamento social necessário para diminuir a contaminação pelo Covid-19, os Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) não puderam receber os aparelhos. Os eventos de coleta também foram inviabilizados por conta do cenário. Por isso, a quantidade coletada em todo o ano foi inferior àquela do mesmo período de 2019, que chegou a 349 toneladas. “O resultado total do ano superou as expectativas, considerando o isolamento social e os cuidados necessários que acometeram três trimestres de 2020 e que ainda continuam.

Conseguimos impedir que uma quantidade considerável de resíduos eletrônicos fosse descartada em aterros sanitários ou no meio ambiente”, explica Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.

Incentivo e conscientização foram – e continuam sendo – fundamentais

Em outubro de 2020, a Green Eletron lançou o movimento Eletrônico Não é Lixo, uma campanha de conscientização da população sobre o descarte correto de eletroeletrônicos. As ações aconteceram em diversos formatos, com campanhas de coleta, movimentações nas redes sociais – com a participação, inclusive, de influenciadores de médio e grande porte – e um e-book didático sobre o assunto. Em 2021, a expectativa é de outras ações de mobilização.

No segundo semestre, as campanhas permitiram a coleta de quase 13 toneladas de resíduos eletroeletrônicos. Um bom exemplo foi a instalação temporária de coletores em seis estações do Metrô de São Paulo, com um total de 1,6 tonelada recebida. Outro destaque foi o drive-thru sustentável em Santo André, que possibilitou o descarte de equipamentos e pilhas sem que as pessoas precisassem sair do carro, atendendo todas as regras de distanciamento social. Nos dois dias de evento, foram recolhidas 8 toneladas de eletroeletrônicos e 165 kg de pilhas.

Resultados e expectativas para um 2021 ainda melhor

Além disso, a gestora fechou o ano com 82 associados (um salto de 64% comparado ao ano anterior), 26 parceiros no vareja e a implementação de 372 novos PEVs no país, totalizando 600 coletores. Os PEVs da Green Eletron chegaram a 11 novos estados em 2020 e já estão presentes em 13 no total (São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Segundo Brescansin, a combinação de esforços fez com que a média de resíduos recolhidos por mês no segundo semestre fosse 42,5% maior que a do primeiro. Os equipamentos mais frequentes descartados nos PEVs foram: 1. cabos e acessórios; 2. aparelhos de áudio e vídeo (dvds, telefone, caixas de som, outros); e 3. celulares.

O ano também foi positivo para o programa Green Recicla Pilha, com forte expansão do número de coletores: mais que triplicou, passando de 2 mil para mais de 6 mil. “Isso nos ajuda a chegar em diversos locais, atendendo uma população cada vez maior. Em 2020, o programa coletou cerca de 83 toneladas de pilhas usadas. Embora tenha havido uma queda nos números (em 2019 foram coletadas 183 toneladas), devido à pandemia do novo coronavírus, o resultado ainda surpreende, pois corresponde a quase 5 milhões de unidades recolhidas que não acabaram em aterros”, completa o gerente.

“Em meio a tantas incertezas, o balanço foi positivo, o que traz a sensação de dever cumprido”, completa. O gerente conta, ainda, que a expectativa da Green Eletron é recolher 600 toneladas de eletroeletrônicos neste ano, o que representa 1% do equivalente em peso do que foi colocado no mercado em 2018 pelas associadas da organização. Essa meta foi definida pelo Acordo Setorial firmado em outubro de 2019 com entidades de todo o setor e o Ministério do Meio Ambiente e vai crescer progressivamente até 17% em 2025.

Sobre a Green Eletron

A Green Eletron é uma entidade gestora para a logística reversa de produtos eletroeletrônicos e pilhas. A organização sem fins econômicos ou lucrativos, fundada em 2016 pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), atende à demanda crescente das empresas, governo e sociedade, pela criação de alternativas para a coleta e tratamento adequado dos eletroeletrônicos em seu fim de vida e cumprimento da Lei 12.305/2010 PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A Green Eletron criou um sistema coletivo para gerenciar toda a logística reversa de suas associadas, o qual envolve desde a coleta até o envio de aparelhos eletroeletrônicos e pilhas para recicladoras, responsáveis por transformar estes produtos em matéria-prima para a fabricação de novos produtos pela indústria. Hoje, a Green Eletron conta com dezenas de empresas associadas, fabricantes ou importadoras de eletroeletrônicos e pilhas.

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