Inteligência e gestão

08|05|2012

O governo brasileiro implantou, na última década, políticas de apoio à inovação, como a Lei de Inovação, a Lei do Bem, e o Programa Brasil Maior, que exorta empresas à inovação de produtos, processos, distribuição e comercialização para aumentar a competitividade. A maioria das empresas, sobretudo as pequenas e médias, não têm acesso à coleta, análise e disseminação de informação, nem à sua transformação em conhecimento organizacional. Apenas uma restrita parcela conta com apoio/subsídios de universidades, laboratórios e institutos de pesquisa. É preciso uma quebra de paradigma.

O conhecimento deve ser prioridade e é mais importante do que qualquer outro fator de produção da era industrial. Esse recurso influenciará o futuro das empresas, por meio da inovação e do desenvolvimento de produtos, sobretudo das que buscam novos mercados. Algumas dessas competências estão entranhadas na cultura organizacional, baseadas no conhecimento das pessoas que compõe boa parte dos ativos intangíveis de uma organização.

O desenvolvimento de ativos é um dos principais objetivos da gestão empresarial. Essa tarefa é complexa na medida em que, hoje, os ativos mais valiosos são bens intangíveis, não bens de capital, como máquinas, imóveis e fábricas. Além da distribuição dos produtos (bens tangíveis), são criados relacionamentos externos intangíveis, como relações com clientes, fornecedores e concorrentes.

A razão que leva uma empresa a implementar a gestão do conhecimento é a mesma da inteligência competitiva: gerar capacidade de inovar e obter vantagem competitiva, desde que a primeira seja utilizada como estrutura para a segunda. A gestão do conhecimento facilita o fluxo e a criação de conhecimento, permitindo que a inteligência seja gerada mais facilmente.

Todavia, nos últimos anos, como a inovação passou a ser um imperativo no mundo dos negócios, a implementação de sistemas de inteligência competitiva e de gestão do conhecimento tem tido um salto significativo, uma evidência de que a hora de incorporar a inteligência às empresas chegou. Mas quem pensa o contrário pode experimentar a ignorância.

Neri dos Santos é doutor em engenharia pelo Conservatoire National des Arts et Métiers – Paris, professor titular da UFSC e consultor técnico da Knowtec

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