Inteligência emocional é uma habilidade fundamental para a produtividade em tempos de crise

Hoje muito se fala em Inteligência Emocional (IE), mas geralmente só nos damos conta dessa habilidade (ou da falta dela) quando visualizamos o quão complexo é o nosso mundo interno. É neste momento que percebemos como disciplinas como “Emoções e Sentimentos” ou “Alfabetização Emocional” fizeram falta na vida escolar.

Inteligência Emocional é ter consciência das emoções, conhecê-las profundamente e saber lidar com elas, seja nos relacionamentos pessoais ou no trabalho. Segundo Daniel Goleman, autor do best-seller “Inteligência Emocional” e grande referência mundial neste assunto, pessoas de sucesso têm 66% de suas habilidades conectadas ao Quociente Emocional (QE), quando apenas 33% são relacionadas ao Quociente Intelectual (QI). Por muitos anos, no entanto, os sentimentos foram desprezados pelas pesquisas e pelo ambiente de trabalho, mas hoje já sabemos que a razão, a técnica e a precisão não são as únicas habilidades responsáveis pelo sucesso na carreira.

Se o QI leva um profissional a entregar os melhores resultados da companhia, é o QE que o levará à liderança. Quando observamos gestores bem-sucedidos, percebemos que 85% de suas competências vêm do QE e somente 15% do QI. Estou falando de autoconfiança, autocontrole, zelo, persistência, capacidade de automotivação, interesse genuíno no outro, empatia e a consciência de que bons resultados são frutos de bons relacionamentos e de um trabalho em equipe, feito a várias mãos.

Com isso fica mais fácil nos aproximarmos do que buscamos, de nossas metas e objetivos, e ela impacta até em nosso bem-estar físico e na produtividade. Quando não controlamos nossas emoções acabamos reagindo negativamente, sem pensar, de forma desordenada e, consequentemente, perdemos oportunidades, acabamos com nossas carreiras e afetamos as relações.

As estatísticas nos mostram que, em todo o mundo, a depressão e outros transtornos ansiosos estão entre as principais causas de afastamento do trabalho e são considerados o mal do século. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão será a doença mais comum na próxima década. Ou seja, temos que aprender a manejar nossas emoções o quanto antes.

Nos momentos atuais, precisamos saber como circular nesse mundo do sentir. Mas não é porque não aprendemos isso na infância, adolescência ou na vida escolar de maneira geral, que não podemos adquirir essa habilidade. Esta não é uma tarefa fácil, mas a boa notícia é que a IE também pode ser desenvolvida: é possível, sim, potencializar sua capacidade de conduzir suas emoções de forma que trabalhem a seu favor.

Não se trata de evitar ou parar de ter sentimentos como raiva, tristeza, frustração, ciúmes, dentre outros. Na realidade isso nem seria possível. O trabalho reside em conhecer nossos sentimentos, saber reconhecer nossas emoções, identificar nossos gatilhos emocionais negativos e positivos, controlar o impulso emocional e aprender a conduzir tudo isso da melhor forma, lidando tranquilamente com os relacionamentos. Quando desenvolvermos nossa IE continuaremos a nos zangar com pessoas e situações, mas saberemos nos zangar com a pessoa certa, na medida certa, pelo motivo certo e da maneira certa.

Os momentos de incerteza e dificuldades, como a que estamos vivendo agora, são as melhores oportunidades para desenvolver nossa inteligência emocional. Portanto, não deixe escapar a chance de realizar um curso, ouvir um podcast ou uma palestra (a distância) sobre o assunto. Com ensinamentos simples, você entenderá como o cérebro processa as emoções e como lidar com os quatro pilares fundamentais da inteligência emocional: Autoconsciência, autogerenciamento, consciência social e gerenciamento das relações.

*Richard Vasconcelos é CEO da LEO Learning Brasil, uma das principais empresas de educação corporativa digital, mestre em Tecnologias Educacionais pela University of Oxford e atua há 15 anos no mercado de educação. Neto do fundador da universidade privada Estácio, atuou na implantação do ensino à distância na instituição até 2009. Fundador e investidor de outras startups de tecnologia educacional, foi CEO e sócio da rede de escolas de inglês Britannia, vendida para a Cultura Inglesa em 2018. 

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