Jovem empreendedor realiza sonho do próprio negócio no ramo de academias

Bruno Barros tem apenas 28 anos, mas com uma trajetória inspiradora no mundo dos negócios. Confira detalhes contados por ele em conteúdo compartilhando por ele pelo canal colaborativo Eu, Empreendedor:

Mesmo bastante jovem, enfrentei grandes superações antes de fundar a Noxii, em 2014, uma empresa do ramo de saúde, bem-estar e entretenimento. Nascido e criado no bairro São Mateus, periferia de São Paulo, minha trajetória profissional começou bem cedo, aos 13 anos, como vendedor na pequena empresa de um tio. Em 2008, quando tinha 19 anos, recebi uma proposta salarial melhor de uma distribuidora de materiais elétricos, mas precisei me mudar para Joinville (SC). Cheguei em Santa Catarina sem nada. Só com uma mala de roupa e uma mochila e fiquei morando de favor na casa do dono da empresa durante um ano.

Trabalhei nessa empresa durante seis anos. Ocupei mais de dez funções diferentes, entre elas operador de empilhadeira, auxiliar de serviços gerais e comprador. Como funcionário, chegava a trabalhar pelo menos 15 horas por dia. Foi nesta época que tive um ataque cardíaco, a demanda subiu muito e ‘embalei’ 53 dias trabalhando das 4h à meia noite. Caí desacordado durante o expediente e fui levado ao pronto socorro com arritmia cardíaca, o rosto e os dedos das mãos estavam travados. Nem falar eu conseguia, foi a situação mais desesperadora que já vivi.

A carga de trabalho ficou menor após o susto, mas ainda era intensa. Neste período, comecei a pensar em empreender, mas a ideia ainda era embrionária, faltava dinheiro e descobrir um mercado que realmente me deixasse apaixonado. Só em 2014 os planos começaram a sair do papel. Praticante de Jiu Jitsu desde 2012, eu percebi que seria possível aliar minha paixão pelo esporte ao empreendedorismo. Mesmo sem curso técnico ou superior, sabia que com persistência poderia alcançar meus sonhos. E foi na comemoração do meu 25° aniversário que surgiu a ideia de criar minha própria empresa. Ganhei de presente camisetas e bermudas de grandes marcas do ramo de lutas e pensei: e se eu tivesse a minha marca, será que comprariam de mim?

Três semanas depois, nasceu a Noxii, inicialmente desenvolvida para atuar no ramo de roupas e equipamentos para artes marciais. Sem conseguir avançar no novo negócio, eu ainda mantinha o trabalho na distribuidora, até mesmo para dar sequência ao sonho. Mas decidi adquirir um percentual da academia onde treinava, que era franqueada de uma rede famosa. Um dos proprietários, na época, estava se mudando para outro país. Achei que era uma oportunidade para ter o meu próprio negócio em um ramo pelo qual sou apaixonado. Para comprar a academia, usei parte do dinheiro que tinha, pedi uma parte emprestada para o meu chefe e parcelei a outra. Foi realmente uma loucura, pois não entendia nada de gestão de academias. Mas alguma coisa dizia para eu dar um jeito e entrar no negócio. Hoje, vejo que nada acontece por acaso.

Mas com custos cada vez maiores e desalinhamentos com o sócio, a academia não rendia o esperado. Por algum tempo fechou no vermelho e, em setembro de 2015, decidi minha participação. Com o propósito de dar visibilidade à marca Noxii, que até então estava adormecida, fui até a sede da franqueadora da academia para propor uma parceria de licenciamento e a venda de produtos. Porem, mais uma vez, o destino tratou de mudar meus planos.

Não acreditaram, disseram que os produtos não tinham qualidade e nem seriam desejados pelos clientes. Viajei 2000 km para uma reunião que não durou nem uma hora. Negaram minha proposta logo de cara. Confesso que fiquei muito decepcionado e revoltado. Mesmo com as dificuldades, continuei empreendendo no ramo e, em dezembro de 2015, comecei a desenhar a própria rede de academias, que pertenceria também a marca Noxii. Eu queria colocar em prática os conhecimentos que adquiri quando era franqueado, ajustar os erros que contribuíram para o fracasso no negócio, além de criar um projeto que realmente fizesse diferença na vida das pessoas.

Chamei alguns amigos, profissionais de educação física e gestores que trabalharam comigo para apresentar a ideia e seis deles toparam entrar na sociedade. Cada um contribuiu com o que podia. Eu refinanciei meu carro, dois usaram parte das economias, o outro usou o cartão de crédito para comprar o ar condicionado, outro tinha uns tatames que entrou como parte de pagamento e teve dois que fizeram empréstimos bancários e familiares. Assim fomos e, no fim, tudo deu certo.

A sociedade originou a fundação da primeira unidade da academia Noxii Live Center, em Joinville, que foi inaugurada em agosto de 2016 e, com um ano de operação, já atende mais de 250 alunos e faturamento de R$ 70 mil. A Noxii Live Center tem um ambiente distinto das academias tradicionais, a trilha sonora é confortável, as paredes, o teto e o chão são totalmente brancos e não têm espelhos. Até porque a ideia não é cultuar o corpo. O espaço é dedicado às famílias e ao público que está em busca de saúde, bem-estar e qualidade de vida, onde aparência física é o que menos importa.

Quebrando vários paradigmas, criamos a primeira academia do mundo que não parece academia. O conceito inspira o público que quer praticar exercícios físicos, porém, não encontra na concorrência a leveza de um ambiente sem julgamentos, alegre e que seja a extensão da casa. Além disso, não há um figurino para fazer os exercícios, a regra é que a pessoa se sinta à vontade com a sua roupa. Outro diferencial é que mães, pais e filhos podem fazer os exercícios juntos.

Nosso propósito é fazer diferente. A maioria das academias usa cores escuras na decoração e o som, em geral, é para acelerar. Nosso propósito é ajudar na qualidade de vida e no bem-estar em um local que as pessoas se sintam confortáveis. Não cultuamos o corpo como principal benefício, mas sim a saúde e a união entre as famílias.

O negócio deu tão certo que, em dezembro de 2016, o Grupo Dream Store (dono da indústria e rede de franquias de produtos de limpeza Ecoville) enxergou o potencial da Noxii e adquiriu 66% da marca.

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