Lidero inúmeros projetos e inovo em um mercado já consolidado

Nasci em Manaus, logo fui para Natal, em seguida Rio de Janeiro, e de lá, para o mundo. Morei em mais de 10 lugares, entre eles China, México e EUA, onde me formei em produção multimídia e design na The Art Institute. Aos 16 anos, criei e toquei um estúdio de comunicação e conteúdo voltado ao universo digital (site, experiências interativas e vídeos). Quando retornei ao Brasil cresci bastante como profissional, chegando a produzir dezenas de projetos digitais por mês. Dali em diante, começava a relação com a publicidade, onde as agências se tornaram minhas maiores clientes.

Nesse meio tempo, também abri um estúdio de fotografia e viajei o mundo fazendo alguns trabalhos como modelo. Para mim era mais um hobby. E era interessante, pois me colocava em contato com vários clientes internacionais que eu não teria acesso.

Em 2010, vendi a participação na produtora e fui morar em São Paulo. Chegando na cidade, passei a desenvolver núcleos e projetos de convergência entre os mundos online e offline. Na DM9DDB ganhei alguns prêmios em Cannes, o principal da publicidade, com campanhas que mudaram a história da comunicação.

Na Conspiração Filmes, uma das maiores produtoras de filme do Brasil, também passei a liderar um núcleo convergente voltado ao mercado de produção audiovisual, comunicação e branded content. E foi lá que meus projetos pessoais começaram a ganhar força. Sempre tive projetos paralelos em minha vida. E, quando eu estava na Conspiração, alguns deles começaram a demandar mais minha atenção, até que se tornaram meus principais.

Um desses foi o Festival Path, que nasceu após uma viagem ao Texas, onde acontece o South by Southwest (SxSW), um grande festival de cinema, música e tecnologia reconhecido mundialmente. Eu e Rafael Vettori, hoje meu sócio, resolvemos fazer algo que também apresentasse o melhor da inovação no Brasil. O evento nasceu como forma de reunir, em um mesmo espaço, gente criativa e inovadora, que está pensando em novos formatos (de comunicação, de negócios, de educação, de design, de impacto social…) e maneiras disruptivas de fazer as coisas, trazendo impacto positivo na sociedade, unindo as minhas experiências nas áreas de produção de eventos e audiovisual, da comunicação, terceiro setor e do empreendedorismo.

Posteriormente, o Path passou a ser organizado pela empresa chamada O Panda Criativo, também criada por mim e Rafael há quatro anos. A companhia tem vários outros braços: o PlusPlus, uma comunidade com pequenos encontros mensais que abordam conteúdos inovadores e criativos; o Shift CineClub, uma espécie de mostra de documentários independentes; e consultorias de inovação para empresas. Sou apaixonado por documentários, vi que tinha muito conteúdo bom e pouca janela de exibição para bons filmes independentes. Então criei o Shift, que não tem uma escala enorme, mas é mais uma oportunidade para as pessoas apresentarem e discutirem sobre o tema de seus trabalhos.

O Panda foi evoluindo para uma empresa de inovação, que explora desde empreendedorismo social até engenharia espacial, em formatos distintos. Atualmente, estou nos bastidores da empresa, a entrada da Holding Clube, grupo de José Victor Oliva, na sociedade chegou na hora certa para eu sair de cena. Agora estou focado em criar e viabilizar projetos que impactem ainda mais pessoas.

Estou sempre à procura de inovação. Como empresário e empreendedor lancei este semestre a Agência Jambu, ao lado das sócias Cissa Costamilan e Marília Passos, que chega ao mercado com diretores de know-how comprovado em projetos multimídia e multiplataforma, para entender não só os desafios de comunicação do cliente, mas também da marca como um todo, apresentando soluções estratégicas de negócio. Fazemos parte de um novo ciclo de agências e consultorias de comunicação que nasceu na era digital e com mão forte na criação e produção de conteúdo, que aqui é temperado com inteligência.

Não para por aí. Estou abrindo uma empreiteira 2.0, prestadora de serviço criada para resolver a dor de cabeça de pessoas que querem fazer pequenas obras. Também é sócio do Hotel Boutique Bahia Bonita, em Trancoso. A região o inspirou a criar o Ser Trancoso, plataforma que atuará como agente criativa e com poder de produção que tem acesso a todas infraestruturas, recursos, pessoas e espaços. O que precisar lá nós viabilizamos. Desde criar projetos para carnaval e festas regionais até intermediar aluguel de casas para o verão. Sempre empoderando a cultura tradicional local. Junto com a plataforma, lançaremos uma série de documentários da região. O projeto também nasceu de outra ação de branded content: o Movimento que virou filme #Rio Eu Te Amo.

Dedico boa parte do meu tempo livre aos esportes. A paixão por corrida também se transformou em um novo negócio: a plataforma Cidade Corrida. O objetivo é mostrar que a correria nas cidades pode ter um novo significado, que foge do stress e se reconecta com o que existe de melhor em um grande centro urbano, incluindo suas histórias, personagens, espaços, tendências e movimentos.

Os recursos financeiros não são o único fator na hora de planejar o negócio. Comecei a maioria deles sem nenhum capital. O segredo? Criatividade e disposição. A partir disso surgem diversos recursos e soluções que não necessariamente precisam de dinheiro. Dependendo do negócio, é importante que o empreendedor tenha em si muitos recursos técnicos específicos da área de atuação. Quanto mais for possível resolver com as “próprias mãos” mais fácil esse começo.

Conselho aos empreendedores de primeira viagem: Acredite no sonho, entenda o mercado que está entrando, se organize, busque diferenciais e trabalhe muito. Um negócio novo, no Brasil, leva tempo para dar certo. É importante muita inteligência emocional e resiliência.

Fabio Seixas: Publicitário e Diretor Audiovisual

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