Mais de 50% dos empreendedores misturam o caixa da empresa com as finanças pessoais

A pesquisa realizada com 1.010 entrevistados mostra que 622 pessoas não sabem distinguir as finanças pessoais das empresariais, ou assumem usar o cartão da empresa, já 388 responderam ter seu próprio salário, segundo estudo realizado pela empresária e palestrante, Sabrina Nunes (foto). 

De acordo com a Boa Vista, os pedidos de falência cresceram 59,8% em setembro de 2019 na comparação com o mesmo mês de 2018. Outro dado mostra que mais de 80% das empresas fecham as portas nos dois primeiros anos por não saber separar as finanças pessoais das empresariais.

“O empreendedor tem que ter em mente um plano de negócio. Não pode simplesmente começar a empreender sem ter um plano estratégico, sem deixar pelo menos uma verba extra no caixa da empresa para imprevistos.”, comenta a empresária e CEO da Francisca Joias, Sabrina Nunes.  

Só em 2019, o número de MEIs bateu recorde, e chegou a 9,031 milhões, segundo dados do Governo Federal. “Para quem está começando a empreender agora, comece com um bom planejamento do negócio e um bom planejamento financeiro. É bacana, caso haja oportunidade, montar um simulador de DRE (Demonstrativo Resultado Exercício) listando todas as contas, possibilidades de receita e previsão de faturamento, isso dá previsão e melhor gestão do negócio, tanto da parte financeira como estratégica”, menciona o CEO da consultoria Dr. e-commerce, Thiago Sarraf. 

Conforme o IBGE, no fim do trimestre encerrado em agosto, o trabalho por conta própria atingiu 24,3 milhões de pessoas, o maior nível já registrado no país. Entretanto, antes de virar MEI é importante entender quais são as regras e obrigatoriedades do Microempreendedor Individual. 

“É extremamente importante o empreendedor se educar financeiramente, já fiz projetos com empresas que faturam mais de R$ 50 milhões/ano e misturava as finanças pessoais e empresariais. Use o bom e velho Excel, caso o MEI consiga investir em plataformas, investir em um sistema financeiro como, por exemplo, o ContaAzul pode auxiliar bastante no começo do negócio. O caderninho indico mais para anotações e pontuações gerais”, acrescenta Sarraf. 

O Excel ajuda muito no negócio, principalmente nos três primeiros anos, é acessível, fácil e rápido. Mas, vale ressaltar que, o MEI que pretende crescer precisa manter em mente um orçamento para investir em ferramentas como um bom sistema financeiro, controle de estoque e assim por diante.

“Misturar as finanças pode custar o sucesso do negócio! Quando misturamos o dinheiro da empresa com o dinheiro pessoal, perdemos o controle de informações básicas do nosso negócio como, por exemplo, quanto tem em caixa para pagar as contas”, destaca a empresária que já faliu três vezes, Sabrina Nunes. É muito importante separar as contas da empresa da conta pessoal para conseguir analisar a saúde financeira da empresa e também o controle sobre seus gastos pessoais.

Quando o empreendedor percebe que misturou as finanças pessoais com as empresariais, e não tem a quem recorrer, acaba por optar pelos empréstimos bancários para salvar o negócio. “Muitas vezes o MEI pode optar por pegar um empréstimo, e ele pode. O MEI pode pegar empréstimo em praticamente todos os bancos do país. Mas, antes de fazer isso, é necessário fazer a projeção, avaliar se de fato é necessário pegar o dinheiro e, principalmente, se o MEI vai conseguir arcar com a dívida mensal, entre outros fatores”, alerta Sarraf. 

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