É bastante comum vermos empreendedores abrindo startups no Brasil com o intuito de levá-las posteriormente para o exterior. Para as empresas, a internacionalização marca a atuação da atividade em nível global, passando a ser mais valorizada aos olhos do mercado. No entanto, decidir aonde a marca será sediada e fazer uma pesquisa para conhecer a área de atuação é extremamente importante para que o processo ocorra de maneira tranquila. Segundo um ranking elaborado em 2017 pelo Banco Mundial, que avaliou a situação de 190 nações, Portugal está na 29ª posição de melhores países para se fazer negócio. A proximidade cultural e linguística, bem como a facilidade de imigração – com custos mais acessíveis – e culinária semelhantes são alguns dos motivos que facilitam a adaptação no país europeu.
De acordo com o advogado Vinícius Bicalho, fundador e CEO da Bicalho Consultoria Legal – empresa especializada em migração e internacionalização de negócios – Portugal também tem sido destino de procura por ter excelentes universidades, mão de obra qualificada e atividades ligadas ao turismo. Para ele, o brasileiro tem muito a ensinar a Portugal, por ter um know how muito mais desenvolvido. “Quando os empresários nos procuram a fim de se internacionalizarem, sempre perguntam sobre o mercado português. Portugal é uma nação irmã, um laboratório e uma porta de entrada para a Europa”, explica.
Rogério Luiz Alonso, de 48 anos, é um dos empresários que resolveu apostar no país. Ele, que é dono da Chineláticos – multimarca de chinelos com cerca de 20 operações no Brasil – criou a franqueadora Vectis Company em dezembro de 2018 para conseguir internacionalizar as suas empresas. “A Vectis Company é como se fosse uma holding para administrar as marcas que levaremos para Portugal. Já temos o modelo de negócios e o contrato prontos e estamos em fase final”, conta. “Além da semelhança com a língua, em Portugal há uma carência muito grande por profissionais do ramo do varejo. A franqueadora é uma grande oportunidade para os brasileiros que querem ter um negócio no exterior”.
O país pode ser uma opção também para brasileiros que queiram trabalhar ou empreender no exterior e que tenham a cidadania de algum país europeu, como a italiana, por exemplo. “O Brasil é um dos países com o maior número de descendentes italianos, devido ao grande fluxo de imigrantes no país da bota que chegaram aqui entre 1880 e 1910. Mais do que isso, pessoas que possuem a cidadania italiana tem algumas regalias em toda a União Europeia. O governo português oferece diversos incentivos para aqueles que decidem trabalhar no país. Quando falamos de empreendedores, o país oferece o Startup Voucher, com uma bolsa de um ano para aqueles que desejam empreender”, comenta Rafael GIanesini, CEO da Cidadania4u, primeira empresa brasileira criada com o objetivo de auxiliar usuários a obter a cidadania italiana de forma transparente e prática e em um ambiente 100% online.
*Vinícius Bicalho é fundador e CEO da Bicalho Consultoria Legal.
