Nanotecnologia no combate à Covid-19

Máscaras, jalecos das equipes de saúde, lençóis e qualquer outro tecido ou superfície dentro de um hospital são propagadores em potencial de vírus como SARS-COV-2, causador da Covid-19. Com o objetivo de impedir a propagação de vírus nestes meios, a TNS, empresa incubada no CELTA, desenvolveu um produto virucida e antimicrobiano comprovadamente eficaz contra vírus envelopados e não-envelopados (o novo Coronavírus é do tipo envelopado), com eficácia de até 99,999%.

Especializada em soluções utilizando a nanotecnologia, a empresa desenvolveu o Protec-20 a partir de tecnologia de nanopartícula de prata para eliminar a propagação diferentes vírus em diversos meios. Os testes foram realizados em laboratório especializado e se basearam na norma ISO 18184, que dispõe sobre antiviral para produtos têxteis. Em apenas quatro semanas a empresa fez a evolução necessária do produto para conseguir escalonar a produção. Em duas semanas chegou à marca de 3 toneladas do produto concentrado e hoje a capacidade de produção é de cerca de 1,5 tonelada por dia.

A grande procura pelo produto vem principalmente da indústria têxtil – cerca de 40% da venda. O Protec-20 pode ser usado na fiação ou no tingimento da roupa e, dependendo do processo, pode perdurar na roupa de 20 até 70 lavagens. O diretor geral da TNS, Gabriel Nunes, ressalta que o produto não é comercializado diretamente para o público. O Protec-20 é um produto concentrado que é utilizado pelas indústrias na fabricação de seus produtos. Por exemplo, no tingimento de uma roupa, é utilizado cerca de 0,15% do Protec-20 na solução total para fazer o procedimento.

Nunes explica que o produto proporciona inativação do vírus, além de auxiliar na inibição e replicação de bactérias que podem ser possíveis células hospedeiras para o vírus. Segundo Nunes, a procura pelo produto tem sido alta também em outros segmentos, como fabricação de filtros de ar, máscaras, aventais médicos, panos de limpeza, tintas, polímeros diversos (desde escova de dente até esponjas para higienização). Recentemente até mesmo uma empresa que fabrica sacos para embalar cadáveres procurou a empresa para adquirir o produto. “Estamos priorizando atender as demandas para aplicações que sejam de interesse da saúde pública, mas o produto pode ser usado em qualquer segmento, até mesmo doméstico”, explica o Nunes.

Exportando tecnologia

“No ecossistema do CELTA, assim como a TNS, diversas empresas estão movendo esforços para combater a Covid-19, buscando soluções inovadoras que possam responder rápido às demandas de diversos segmentos”, comenta Tony Chierighini, diretor do CELTA. A TNS está instalada na incubadora desde sua participação no Programa Sinapse da Inovação, da Fundação CERTI.

A empresa já nasceu com o objetivo de desenvolver produtos nanotecnológicos para combater microrganismos em superfícies têxteis e conquistou mercados internacionais. Clientes da TNS na Austrália, Colômbia e Chile já importaram amostras do Protec-20 para aplicações. “No mercado mundial existem duas empresas suíças com tecnologia similar que apresentaram atividade antiviral, porém reduziram em 3 logs (99,9%) a ação antiviral. Nós conseguimos reduzir em 5 logs (99,999%)”, o que é muito significativo.

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