Por que corremos tanto?

Percebo no meu dia a dia profissional que as pessoas (e as empresas) correm muito e algumas vezes sem saber direito para onde ir e, o pior, acabam chegando atrasadas e gastando mais dinheiro no percurso.

Exemplificando melhor o descrito acima, o processo de expansão de uma empresa tem metas de tempo, custo, demarcação de território, entre outras, entretanto, nem sempre tem o planejamento necessário dessas ações.

É comum as pessoas marcarem datas de inauguração que elas mesmas sabem que são inviáveis somente para “botar pressão”, sob a justificativa de que “assim as coisas andam”. Por que não trocar a “pressão” pelo “planejamento”? Seria bem mais eficiente.

Se as empresas se planejassem mais, haveria menos correria e mais ganhos no final, tanto em qualidade como em custo. Saber o que se deseja com o processo de expansão é o primeiro passo. Desde quem procura os terrenos ou edifícios que serão transformados em lojas, até quem comprará os produtos, treinará a equipe e todas as demais áreas da empresa necessitam ter clara a estratégia de trabalho, formar subcronogramas, quais áreas da empresa que alimentarão este cronograma geral da expansão, ou seja, quantas e quais lojas, em qual tempo e com quais recursos.

Dia desses tive acesso a um estudo de uma construtora, atuante em nosso mercado, que mediu o impacto da falsa noção de eficiência gerada pela tomada de decisões em obra sem o devido planejamento e conclusão de projetos. Ficou demonstrado claramente, por meio de gráficos, que os meses iniciais gastos com planejamento e detalhamento dos projetos (aquele momento que gera agonia nos mais ansiosos, no qual parece que nada está acontecendo) servem justamente para conseguir construir com mais exatidão, com menor custo, mais rapidez e melhor resultado.

Entendo que as agonias de uma empresa se confundem com a somatória das agonias do grupo de decisão, que tem o poder de mudar ou não o comportamento da empresa. A síndrome da pressa comum nas pessoas encontra paralelo nas empresas e, assim como nos humanos, nas empresas também pode desencadear outras doenças.

Um processo de expansão de uma empresa, conduzido sobre a síndrome da pressa, pode gerar uma doença financeira irreversível. Abrir lojas é uma empreitada que movimenta toda a empresa, como um corpo humano. De que adianta correr se a musculatura das pernas não está preparada? Por que correr um dia e ficar com o joelho doendo por uma semana? Parece um exemplo simplório, mas já vi muitos “joelhos doendo” em empresas que fizeram lojas sem um projeto detalhado e ações coordenadas.

Correr é possível e desejado. Quem tem sucesso em maratonas sabe o grau de planejamento e disciplina necessários para isso. Corramos todos para ter mais lojas, mas que essas sejam projetadas por profissionais competentes, tenham mais qualidade e a um custo total menor!
 

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