Preocupações que vêm da China

30|11|2011

Desde o início destadécada, a importância dos países emergentes no cenário econômico global tem-se revelado oportuna, propiciando o surgimento de novos competidores e o enfraquecimento de outros neste novo mundo político, econômico e social. Dentre os principais países emergentes, destacam-se na atualidade Brasil e China. São economias pujantes, em crescimento, diversificadas, com vasto mercado e de dimensões continentais. Os impactos do comércio bilateral com a China são relevantes e mostram como o Brasil, atualmente, depende de forma temerária dos negócios realizados com a China.

Uma análise mais atenta mostra, de fato, como a formidável expansão chinesa vem transformando favoravelmente a economia brasileira nos últimos dez anos. Hoje, as nossas maiores exportações têm como destino a China (16%), seguida pelos EUA (10%) e Argentina (9%). A participação das commodities na pauta de exportações brasileiras duplicou na última década em razão da demanda chinesa por matérias-primas, indo de 22,8% em 2000 para 47,5% em 2011.

O saldo da balança comercial brasileira vem fechando com superávit acima dos US$ 25 bilhões desde 2005, graças ao comércio com a China. Por fim, as ações da empresa Vale vêm se valorizando, em parte, por conta da forte demanda por minério de ferro da China.

Desta forma, é um tanto preocupante para o Brasil a desaceleração da economia chinesa nos próximos anos. Embora a economia brasileira venha se beneficiando, o país não pode ficar na dependência dos negócios realizados com o país asiático, sob ameaça de tornar-se um refém econômico. Em meio a toda essa crise que se instalou na Europa e Estados Unidos, o nosso País tem em mãos uma boa oportunidade de estreitar relações comerciais mais diversificadas, pautadas em negócios variados, que explorem não apenas commodities, mas produtos de valor agregado mais alto.

Em suma, necessitamos melhorar seu ambiente de negócios, fortalecer suas instituições e promover,além do crescimento, o seu desenvolvimento econômico.

Douglas Dias Bastos é professor do curso de Administração da Faculdade Santa Marcelina.

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