Protelar prazos, negociar e reinventar-se é receita para sobreviver em tempo de crise 

Todos os empreendedores já sentiram o impacto que a pandemia está trazendo para as empresas nos mais diversos setores. A esmagadora maioria das empresas não possui estrutura para superar perdas de mais de 50% de vendas no período de quarentena, por isso é preciso adotar estratégias eficientes para superar o momento. De acordo com o consultor Milton Rui Jaworski, da Jaworski Empresarial, existem dois problemas centrais a serem enfrentados: os custos fixos, que existem independentemente de a empresa ter receita ou não, como folha de pagamento, encargos, aluguel, energia, telefone, honorários contábeis, entre inúmeros outros; e o pagamento de fornecedores e financiamentos. Nesse momento, a melhor alternativa ainda é a negociação. “É bastante provável que a empresa tenha dificuldades em receber dos seus clientes, principalmente quando falamos de pagamentos à vista, e essa falta de ganhos refletirá em dificuldade para pagar seus credores”, explica. “Ainda assim, não é recomendável que o empresário queime as suas reservas, então a alternativa é negociar e protelar prazos sempre que possível”, ensina.

Em caso de a crise perdurar por mais 30 ou 60 dias, como estimam as grandes organizações nacionais e internacionais, Jaworski sugere como alternativa a solidariedade entre negócios e fornecedores, haja vista que todos estão no mesmo barco. “A turbulência é igual para todos e a perda momentânea é certa. Resta manter a calma e ser racional, pois quando essa crise passar, será hora de o empresário rever os seus conceitos, identificar os seus pontos fracos e definir uma estratégia vencedora, sempre com os pés no chão, para então se recuperar de maneira mais rápida e eficiente”, completa.

Para milhares de pequenas e médias empresas que estão encerrando suas atividades ou terão receita zero no período, a reinvenção do negócio é a única alternativa viável.  No segmento da gastronomia, por exemplo, que sentiu mais rapidamente os efeitos do coronavírus, centenas de negócios tiveram que adequar seus serviços a novos formatos. “Para manter serviços ativos e preservar algum fluxo de caixa, muitos estabelecimentos optaram por dar exclusividade ao serviço via delivery ou para ações de retirada de pedidos no balcão. São várias as plataformas, já bastante populares no Brasil, que proporcionam esse suporte, e até representam uma boa parte do faturamento de diversos empreendimentos”, avalia o diretor geral da Associação de Brasileira de Bares e Restaurares (Abrasel – PR),  Luciano Bartolomeu.

Muitos empreendimentos que passaram a aderir a este sistema somente devido aos efeitos da crise agora estão correndo atrás para se adaptar. Por outro lado, bares e restaurantes que suspenderam totalmente seus serviços estão apostando em vouchers para consumo futuro para movimentar o caixa. O Sirène Fish & Chips, por exemplo, maior rede de fish n’ chips da América Latina, lançou a campanha “Super Ação Sirène”. Em parceria com o PicPay, fintech que permite o pagamento das compras direto pelo smartphone, com cartão de crédito ou valor de transferência, a rede oferece vouchers para serem utilizados nas unidades do Sirène após o período de quarentena.

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