Quebrei 7 vezes e criei a maior rede de franquias de celular do país

Meu nome é Darlan Almeida, quando comecei a trabalhar aos 7 anos de idade, vendendo picolés sob o sol de Santarém (PA), não imaginava que chegaria onde estou hoje: proprietário da franquia Casa do Celular, que hoje conta com mais de 130 lojas espalhadas por 22 estados brasileiros.

Comecei meus negócios do zero e coleciono falências e decepções amargadas ao longo dos anos. Foram sete no total. Mesmo nos piores momentos, nunca pensei em desistir. Meu lema sempre foi: o destemido faz a sua sorte.

E a sorte realmente sorriu para mim, mas tudo se deve à minha coragem e a persistência. Depois dos tempos do picolé, fui reparador de carros, carreguei sacola no Mercadão 2000, vendi chocolate em pontos de ônibus e produzi cartolina de temperos para distribuir em mercearias em Manaus (AM) – tudo para ajudar minha família a superar dificuldades financeiras. Até que uma prima, ao perceber meu tino de vendedor, me convidou para vender relógios em frente à Matriz, como camelô.

Ela me treinou muito bem e comecei a me destacar nas vendas, até receber um convite para locução no Varejão 258, uma loja no centro da cidade. Eu subia em cima da caixa de som e chamava as pessoas. Era bem animado e gostava muito do que fazia.

Nessa época, meus pais se separaram e fui morar com minha mãe e meus cinco irmãos em um mercadinho. Não era bem uma casa, mas sim um quiosque onde metade era a lanchonete da minha mãe e do outro lado ficava a residência da nossa família. Infelizmente o local alagava muito; não faltava comida, mas era uma realidade triste e eu queria mudá-la.

Apesar da pouca idade, consegui alguns empregos fixos, mas o salário deixava a desejar. O pouco que eu recebia não era suficiente. Logo, comecei a desempenhar atividades paralelas e passei a conciliá-las com meu trabalho. Eu investia na compra e venda de celulares usados, levava-os para a assistência e os comercializava. De tanto observar como eram feitos os reparos, aprendi a fazer eu mesmo a manutenção.

Com o passar do tempo, percebi que essa atividade proporcionava mais retorno que meu emprego. Aos 16 anos, decidi então alugar um espaço em Santarém para prestar assistência técnica, batizando a loja de Darlan Celulares.

Foi um sucesso! Eu era pioneiro no município e a demanda era grande. Entretanto, eu não tinha maturidade suficiente para administrar uma loja e a empresa faliu.

Em nova tentativa, decidi ministrar aulas sobre assistência técnica, mas novamente não obtive êxito.

Abri, então, outra loja, chamada Concel Celulares, que também faliu com o tempo. Nesse período, estavam surgindo muitos concorrentes e eu não sabia lidar com a situação.

Incansável, abri a terceira loja ainda em Santarém, que também não deu certo. Foi um momento de muitas dificuldades financeiras e dívidas, ocasionadas principalmente pela falta de conhecimento administrativo.

Mesmo com tantos empecilhos, decidi empreender mais uma vez. Tudo que eu tinha era um celular. Comprei mercadorias, capas e acessórios para celular em boletos. Dei meu celular para pintar a frente da loja, comprei máquinas de solda com cheques de uma prima que confiava no novo projeto. Também sempre contei com o apoio motivacional e confiança de minha mãe, Angélica, que sempre incentivou a correr atrás de meus sonhos e a nunca desistir. Assim consegui, finalmente, inaugurar a Casa do Celular.

No primeiro mês, meu irmão Júnior Almeida, cofundador da Casa do Celular, cuidava dos atendimentos no balcão enquanto eu me encarregava da assistência e auxiliava no atendimento. O lucro da loja foi de R$10 mil – suficiente para colocar todas as contas da loja em dia e começar a pagar as dívidas atrasadas. Com a ajuda dos meus irmãos Darlivan, Júnior Almeida e Izaura, abri mais três lojas na cidade.

Em um empreendimento mais ousado, e observando as mudanças no cenário local, decidi expandir para outro lugar, escolhendo Macapá (AM) como novo desafio. Depois disso, dei início ao meu plano de fazer da Casa do Celular uma franquia. A primeira loja neste modelo foi aberta em Fortaleza (CE). De lá para cá, a franquia vem aumentando de tamanho em ritmo vertiginoso, alcançando um crescimento exponencial ao longo tempo. A previsão é que, em 2021, minha franquia chegue a 300 lojas em todo o país.

Sempre corri atrás dos meus sonhos e, mesmo tendo caído diante dos problemas, nunca deixei de me reerguer. Hoje, minha meta é expandir internacionalmente e ampliar minha entrada no mercado de fabricantes de telefonia celular, com a marca Brasiltec. Os dois projetos já saíram do papel e estão sendo executados.

Sei que minha trajetória inspira os novos empreendedores a buscar seu sucesso. O Brasil é um país de oportunidades. Cabe a cada um correr atrás de seus sonhos e jamais desistir. Pense positivo, seja cauteloso e, acima de tudo, destemido.

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