Sites de compras coletivas apelam para promoções agressivas

Um smartphone por R$ 299, com 50% de desconto. Esta é a estratégia adotada pelos sites de compras coletivas para atrair ainda mais consumidores. Entre ofertas de celulares, internautas podem ainda encontrar ofertas de tablets e netbooks por R$ 300, videogames com 305 de desconto , câmeras digitais e filmadoras pela metade do preço e até acessórios para veículos, como GPS e sistema de som automotivo.

Todos os produtos tinham opções de parcelamento da compra, sendo que algumas empresas chegam a aceitar pagamento facilitado em até 18 vezes.

Segundo Florian Otto, presidente do Groupon, o site passou a oferecer produtos de última geração para atender a demanda dos consumidores. "Tablets vende muito bem, pois já chegamos a vender cinco mil unidades e oito mil celulares", afirma Otto.

Pelo menos sete empresas que atuam neste ramo passaram a ofertar produtos que, segundo a e-bit, aparecem no topo da lista de desejos do consumidor.

Para o presidente do Conselho do PROVAR – Programa de Administração de Varejo da FIA, Cláudio Felisoni, a tendência é que os sites de compra coletiva ofereçam ainda mais eletroeletrônicos. "Há uma queda dramática nos custos de produtos como os eletroeletrônicos e os de linha branca (como geladeiras) e os sites de compras coletivas criam uma vantagem adicional, pois o preço é o fator decisivo nas compras pela internet. Então as vendas tendem a crescer muito, não só as compras coletivas, mas também nas compras individuais (feitas em lojas virtuais)", explica.

Celulares, que são os produtos mais ofertados, podem ser encontrados com até 84% de desconto, porém são comercializados junto com um plano pós-pago e fidelização, condição que desagradou o técnico em informática Emanuel Cunha, 26 anos. "Os sites não deixam muito as informações muito claras. O aparelho custava em torno de R$ 400 e eles estavam vendendo por R$ 90. Só descobri que o produto tinha fidelidade quando liguei para a empresa a fim de pedir informações", conta.

Marcos Diegues, assessor executivo do Procon, observa que os consumidores devem ficar atentos ao valor do produto e fazer comparações. "O preço com desconto oferecido, na verdade, já é o preço real em outros lugares. Esta é só uma forma de promover o próprio fornecedor, que caracteriza propaganda enganosa, feita com má fé", alertou Diegues.

Apesar do desconto, a funcionária pública Mônica Del Campo Cordeiro, 43 anos, não ficou satisfeita com a filmadora que adquiriu na mesma ocasião que outros vários consumidores. "Para mim não valeu a pena, pois comprei o produto para dar de presente para minha filha em outubro e só o recebi agora em julho", conta.

Para Robson Tavarone, especialista em Compras Coletivas e Marketing Digital, comercializar eletrônicos gera um problema maior do que anunciar uma oferta de serviços. "O máximo que pode acontecer é ter de devolver o dinheiro em caso de mal atendimento. Já com os eletrônicos, o site de compras coletivas acabam sendo corresponsáveis pelo que está sendo vendido", diz o dono do Ótima Oferta, ciente de sua empresa também responde pelo atraso na entrega ou defeito dos produtos anunciados.

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