Startup university ’49 Educação’ será a Stanford

Leandro Piazza 49 educação

Por Marlon Aseff

Leandro Piazza constata que as atuais universidades brasileiras não formam mão de obra para as startups e muito menos novos empreendedores. Por isso que quer seguir os passos da universidade americana que já formou 51 unicórnios, startups que conseguem um valor de mercado de US$ 1 bilhão.

 

Um dos 10 melhores mentores do Brasil pela Abstartups/Startup Awards, Leandro Piazza fundou a 49 Educação, a primeira startup university do Brasil, depois de uma imersão de estudos no Vale do Silício (Califórnia)  e na consagrada universidade de Stanford. Após aplicar sua metodologia de desenvolvimento de negócios em mais de mil startups, o CEO acaba de lançar o Pitch Run, a maior corrida de startups do Brasil. Anunciada durante a edição 2021 da Startup Invest Summit, a ação busca ensinar o passo a passo para o empreendedor que deseja criar uma apresentação de impacto para atrair os investidores, o famoso “Pitch”.

“Em 2020, R$ 18 bilhões foram investidos em startups. É um mercado que cresce a olhos vistos apesar da crise. Tem muito dinheiro nesse mercado, existem investidores qualificados, com hunters de negócios procurando os melhores empreendedores, e nós temos que fazer com que as pessoas que têm potencial aproveitem essas oportunidades”, afirma Piazza. Confira a seguir a trajetória de Leandro Piazza, nesta entrevista exclusiva.

Como surgiu a idéia da 49 Educação, primeira Startup University do Brasil?

Eu sou um apaixonado por educação, fui professor de empreendedorismo durante muito tempo, e cheguei a gestão de uma grande universidade em Santa Catarina. Observando o crescimento desse ecossistema de startups, eu percebi que a universidade estava muito distante da realidade, da empregabilidade do mercado de startups. A gente não formava na universidade, nem mão de obra para as startups, e muito menos empreendedores capacitados, com metodologia competitivas, para eles lançarem uma startup no mercado. Foi aí que surgiu a idéia de ter uma universidade de startups, e para ter uma universidade de startups, nada melhor do que olhar para o Vale do Silício. Nada melhor do que olhar para a Universidade de Stanford.

Como foi sua passagem pela Universidade de Stanford e o Vale do Silício ?

Quando eu olho para Stanford, eu lembro que um unicórnio é uma startup que começou do zero e atingiu o valor de mercado de 1 bilhão de dólares. E Stanford é a universidade que mais entregou unicórnios para o mundo. Google, eBay, entre outras, nasceram dentro da universidade. E Stanford é uma fábrica de unicórnios. Já são 51 produzidos lá dentro. Se existe alguma universidade no mundo, se existe algum lugar de formação que tem metodologia empreendedora focada no desenvolvimento de startups, é Stanford. E eu não pude perder tempo. Peguei as dores que eu vivenciei como professor e gestor de educação, a vontade de fazer uma educação para as startups e fui ancorar conhecimento na maior universidade do mundo quando o assunto é empreendedorismo e startups. E quando eu volto do Brasil, após um período de seis meses no vale do silício e estudando em Stanford, eu consegui trazer para o país uma metodologia que foi desenhada com o apoio do professor Bret Waters, que é referência em empreendedorismo no Vale do Silício e Stanford. A gente entendeu que a educação empreendedora de verdade tem que ir além da sensibilização para o empreendedorismo. Ela não é uma educação motivacional, mas técnica.

O que você classificaria como os diferenciais da 49 Educação  ?

Nós trabalhamos os alunos em um tripé – Mindset, Business set e Tool set. Mindset é a cabeça empreendedora, Business set é o know how, a competência de gestão e Tool set são as ferramentas que vão auxiliar o empreendedor no dia a dia, e vão fazer com que ele consiga desempenhar melhor o seu papel de empreendedor de startups. Essas ferramentas práticas são os frameworks, ou seja, ferramentas e protocolos de trabalho que permitem que o empreendedor coloque no papel de maneira organizada todos os insights dele sobre o negócio. Então, com base em frameworks, a gente consegue direcionar, organizar, e dar produtividade para a jornada do empreendedor enquanto ele está construindo uma startup. Isso significa construir uma startup de sucesso. Esses frameworks reunidos são transformados em uma ferramenta chamada playbook, que é quase um manual das startup. Ele é o protocolo de funcionamento de um negócio de startup.

 

“Em 2020, R$ 18 bilhões foram investidos em startups. Temos que fazer com que as pessoas que têm potencial aproveitem essas oportunidades”, Leandro Piazza

Do dia zero a primeira captação de recursos, como é a metodologia aplicada aos alunos?

A primeira fase de todo empreendedor é a fase de ideação. E no Brasil nós demoramos muito tempo para sair da fase de ideação e entrar de fato na fase de operação. O que nós fazemos na 49, é levar ele do zero, que é a fase de ideação, até a captação de investimento, que é quando se concretiza a fase de operação. Quando a startup está operando de maneira correta, orientada pelos seus playbooks, ela está pronta para receber a primeira rodada de investimentos, conhecida como investimento anjo.

Então, a partir de nossa metodologia, de mindset, business set e tool set, nós trabalhamos o empreendedor para que ele forme todo o seu playbook, o roteiro mesmo, que o leve do zero e passe pela jornada de ideação, validação, e construção do mínimo produto viável, execução de uma pequena máquina de vendas para que ele conquiste seus primeiros clientes, e a organização de um primeiro pitch deck, que é o framework que organiza a apresentação do negócio para investidores. Então, aquela idéia que passa pela 49, é validada e tem um produto viável para ir a mercado e cria um protocolo de vendas, e tem uma estrutura organizada para apresentação a investidores, é isso que nós fazemos aqui na jornada da 49 Educação, a primeira startup university do Brasil.

Como é composto o time da 49 Educação ?

No fundo, a 49 não deixa de ser uma startup. Porque toda essa metodologia foi traduzida em tecnologia, e esse programa de educação para startups acontece dentro de um aplicativo. Esse aplicativo é todo gamificado, onde o aluno navega por esse aplicativo e vai assistindo a aula, lendo as apostilas, tirando dúvidas com a equipe de suporte, agendando mentorias e registrando todos os passos de seu playbook. Isso tudo no app da 49 Educação, que é ancorada em um CEO, que sou eu, Leandro Piazza e de um CTO, que é o Leonardo Burtet. Junto a nós, temos uma equipe muito competente, de hedges que gerenciam as áreas de marketing, vendas, gestão e sucesso do cliente. A área de sucesso do cliente garante que quem “onborda”, ou seja, entra no aplicativo da 49 Educação, tenha uma experiência de aprendizagem ímpar, única, que garanta que todo mundo que está no nosso aplicativo alcance o sucesso, que é ver os projetos de startups decolarem. É pegar uma idéia e transformar em um negócio que sai da 49 faturando e pronto para captar investimento.

Identificar um problema é mais válido do que uma idéia pré-concebida ?

Eu tenho uma dica final para quem tenha uma idéia maravilhosa. A gente tem que tomar cuidado com o mito da idéia genial. Normalmente uma startup para tracionar funciona melhor com idéias simples, com um escopo de projeto pequeno. Porque uma startup tem que buscar uma premissa que é construir um modelo de negócio que possa repetir e escalar. É só você olhar para um aplicativo como o facebook. Nesse momento tem milhões de pessoas ao redor do mundo replicando toda a operação do facebook. Ou seja, se eu tenho um celular que não tem o facebook, eu vou na Apple Store e em poucos minutos eu replico toda a operação do facebook. Então isso repete e escala. E aí, para eu conseguir ter elementos de repetição e escala, e ser tão atrativo que eu vá escalar em grande proporção não adianta eu ter uma idéia complexa, mas que não resolva um problema de verdade.

O que faz uma startup dar certo e o que faz as pessoas terem uma aderência ao meu negócio é o fato de eu estar resolvendo um problema real daquelas pessoas. Ninguém quer conviver com problemas, por isso as startups pensam de maneira inovadora como resolver problemas antigos de pessoas ou empresas, em negócios B2C ou B2B. Assim, resolvendo esses problemas e criando um modelo de repetição e escala, a gente constrói startups de sucesso aqui na 49 Educação.

https://49educacao.com.br/

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