Startups precisam superar barreiras em educação, talentos e infraestrutura para crescer

Cerca de 13 mil startups distribuídas em áreas sensíveis como saúde, educação, finanças e agronegócios – entre muitas outras – fazem do Brasil um país promissor para que os processos inovadores se desenvolvam no ambiente de negócios e atinjam a sociedade como um todo. Mas uma série de desafios ainda precisa ser superada. Para o presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Amure Pinho, existem lacunas que devem ser vencidas, especialmente na área da educação e geração de talentos, além de gargalos em logística e infraestrutura.

“O estado ainda é muito presente não só através de processos burocráticos, mas de uma regulação muitas vezes excessiva, que impede a consolidação de novos negócios”, avalia. Para Amure Pinho, a regulação é positiva quando exerce um papel de proteção, mas há de se ter um equilíbrio para que não se torne impeditiva ao estímulo e surgimento de uma nova economia. Outro gap a ser superado, segundo o presidente da ABStartups, diz respeito à infraestrutura. “As capitais e as grandes cidades exercem um papel importante nesse ecossistema, mas há mais de 100 comunidades empreendedoras que estão sediadas no interior do país, sem aeroporto, sem investidor anjo, e em um mercado interno que desconhece processos de inovação”, explica. Segundo ele, é preciso superar essa divergência entre as diversas realidades do país e agregar definitivamente milhões de pessoas nesse novo ambiente.

Por outro lado, a educação exerce um papel fundamental para o desenvolvimento de novos empreendedores dessa economia disruptiva e ainda há muito a ser feito. “Precisamos de desenvolvedores de softwares, que possam preencher essa demanda por negócios escaláveis e repetíveis. Nesse sentido, temos uma demanda cada vez maior por programadores e formamos muito poucos desses profissionais no país”, alerta Amure Pinho.

Segundo Amure, o país precisa investir cada vez mais no apoio a esses novos empreendedores e consolidar sua natureza empreendedora. “Temos um PIB significativo, um consumo interno gigantesco, mas é preciso ter sempre em mente os desafios de empreender. Os que conseguirem superar o primeiro ano de atividade estarão mais aptos a entrar nesse novo mundo onde a inovação começa a superar aquela velha economia baseada em commodities”.  Segundo Amure Pinho, à medida que acontece um amadurecimento do ecossistema, há mais participação da iniciativa privada, do governo e de novos talentos do mercado, gerando uma ambiente favorável para empreender, mais barato e com crescimento exponencial.

Para o presidente da ABStartups, os novos empreendedores também precisam trilhar um caminho certo, onde é mais proveitoso, por exemplo, trabalhar em uma startup emergente antes de abrir o seu próprio negócio sem nenhuma experiência prévia. “Para aqueles que passaram por essa experiência e agora começam a empreender, é preciso então encontrar seu cliente, uma dor que tem de resolver e solucionar isso com um modal de negócio que agregue gente disposta a gastar dinheiro nisso”, define. Mesmo sem um negócio perfeito e sem uma equipe redonda, se o modelo de negócio traz gente à porta, com interesse real, então há futuro. Depois disso, de realizar as primeiras vendas será o momento de conquistar novos canais e prospectar mais e mais novos clientes, ensina Amure Pinho.

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