Transformação digital acelera busca por profissionais de tecnologia

*Por Bernardo Carvalho Wertheim, CEO e Chief Hapiness Officer da The Bridge

Com quantos funcionários se constrói uma empresa? Talvez você nunca tenha pensado sobre isso. Claro que a resposta varia de acordo com a necessidade de cada companhia, com o tamanho do negócio e do produto ou serviço vendido. Mas uma coisa é certa: o capital humano é o maior e o melhor investimento daqueles que querem prosperar no mercado. Por isso, as contratações precisam ser pensadas estrategicamente. Neste processo, é necessário considerar o outsourcing – contratação de profissionais ou empresas de fora da organização para realizar tarefas específicas por um tempo determinado – para todas as áreas.

O conceito de outsourcing é semelhante ao de terceirização, mas diferencia-se deste segundo porque implica na contratação de colaboradores com expertise técnica e especializada, como profissionais de tecnologia. A pandemia e a quebra da rotina organizacional fortaleceram essa busca do mercado por empresas de recrutamento e seleção com esta qualificação, a fim de acelerar o processo de transformação digital com mão de obra qualificada e reduzir os custos com gestão de pessoas.

Em um país com 14 milhões de desempregados, sobram oportunidades para talentos digitais. De acordo com um estudo recente feito pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a procura por profissionais de TI será de 420 mil pessoas até 2024. O problema é que, de acordo com a entidade, o Brasil forma apenas 46 mil pessoas por ano com perfil tecnológico. O déficit é alto e a procura intensa. Investir no outsourcing é uma ação estratégica e certeira de empresas que não têm tempo a perder e precisam impactar as pessoas certas, no momento certo.

Nas empresas que têm a tecnologia como um dos pilares, o processo se mostra ainda mais eficaz, considerando que se uma vaga demanda muito conhecimento técnico e possivelmente levaria meses até ser preenchida, pode ser ocupada por pessoas inscritas em bancos de talentos especializados em questão de dias. No contexto atual de um mundo em quarentena, ou, no cenário mais otimista, se reerguendo após a pior pandemia dos últimos anos, é impossível pensar em um setor da economia que não dependa da tecnologia.

Além dos e-commerces, que cresceram 68% em 2020, em comparação ao ano anterior, de acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com a Neotrust, o isolamento social também fez com que as escolas, universidades e hospitais fortalecessem seus canais digitais a fim de dar conta da demanda. Isso explica a urgência na contratação destes talentos digitais e a popularização de empresas de outsourcing. Por fim, sempre afirmo por aqui, quem não acompanha a inovação, está fadado à obsolescência.

*Bernardo Carvalho Wertheim é o fundador, CEO e Chief Hapiness Officer da The Bridge, rede global de talentos que reúne profissionais do mercado digital. Nascido no Reino Unido e criado no Rio de Janeiro, Wertheim trabalhou em renomadas empresas de criação digital, como SapientNitro e DDB London. Com expertise em negócios digitais, criou a The Bridge para solucionar a carência por profissionais criativos que atuam em diferentes áreas da comunicação, em todo o mundo. Por sua atuação frente à The Bridge, foi reconhecido como um dos 25 líderes mais influentes da América Latina pelo Staffling Industry Analysts.

Facebook
Twitter
LinkedIn