Por Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital*
A engenharia social utiliza técnicas psicológicas para explorar vulnerabilidades humanas, facilitando fraudes e golpes. Trata-se de uma estratégia usada por criminosos para manipular pessoas com o objetivo de obter informações confidenciais, acessar sistemas protegidos ou obter bens de valor. Esses ataques aproveitam fraquezas emocionais e comportamentais, como ingenuidade, confiança, curiosidade ou medo, para alcançar seus objetivos.
Um exemplo típico envolve criminosos que enganam vítimas para que compartilhem credenciais de acesso. Com essas informações, os invasores podem comprometer sistemas corporativos, permitindo a instalação de ransomware, um tipo de software malicioso que sequestra dados e exige pagamento para liberá-los. Isso demonstra como a engenharia social pode ser tanto uma ameaça direta à privacidade e finanças pessoais quanto um precursor de ciberataques em larga escala, afetando tanto indivíduos quanto empresas.
Esses golpes são altamente eficazes porque exploram o entendimento das motivações humanas, permitindo que os atacantes manipulem suas vítimas de forma direcionada. Além disso, os hackers também se aproveitam da falta de conhecimento dos usuários, visto que com o rápido avanço da tecnologia, muitos consumidores e funcionários podem não estar cientes de certas ameaças, como downloads automáticos ou phishing. Existe ainda, a subestimação do valor de dados pessoais, os usuários não compreendem o valor de seus próprios dados, como números de telefone e, como resultado, não entendem completamente como proteger a si mesmos e suas informações.
Nesse contexto, é fundamental estar atento aos perigos da engenharia social, uma vez que informações aparentemente triviais podem ser suficientes para que invasores acessem redes e contas importantes. A combinação entre engenharia social e inteligência artificial aumenta tanto os riscos quanto as soluções de segurança digital. De um lado, a IA permite que criminosos personalizem golpes em grande escala, tornando-os mais difíceis de detectar. Algoritmos avançados possibilitam a criação de conteúdo falso, como vídeos e áudios, que tornam as fraudes mais sofisticadas e perigosas.
Por outro lado, a IA oferece uma poderosa ferramenta para combater essas ameaças. Ela pode ser usada no desenvolvimento de sistemas que detectam e respondem a ameaças, identificando padrões suspeitos no comportamento dos usuários e prevenindo ataques antes que causem danos significativos. Além disso, a IA pode ajudar a criar programas de treinamento personalizados, aumentando a conscientização sobre os riscos da engenharia social com base no perfil e comportamento de cada usuário.
Uma solução inovadora que exemplifica o uso da IA na prevenção de fraudes é o FraudShield. Essa plataforma antifraude utiliza dados biométricos, como voz, e outras informações para identificar atividades suspeitas em tempo real. A ferramenta automatiza processos, agiliza a tomada de decisões e reduz custos operacionais, sem comprometer a experiência do cliente. Portanto, a inteligência artificial não apenas aumenta a sofisticação dos ataques de engenharia social, como também se apresenta como uma solução eficaz para proteger contra essas ameaças, proporcionando uma defesa mais robusta e eficiente tanto para indivíduos quanto para organizações.
*Marcelo Peixoto é CEO na Minds Digital e tem mais de 15 anos de experiência no mercado de tecnologia, já passou por empresas como IBM, Techbiz, BS2, Banco Bmg e Bmg Money. Formado em publicidade e propaganda na UniBH e pós-graduado em gerenciamento de projetos na PUC de Minas Gerais.