O futuro da comunicação: desafios e oportunidades em um mundo cada vez mais tecnológico

Por Cleide Cavalcante, Gerente de Comunicação Corporativa na Progic*

Um dos últimos eventos que participei foi sobre “Humanização & Inovação – Transformando a Comunicação Interna“, e de lá, pude obter vários insights e provocações mentais sobre o futuro. Como por exemplo, como serão estabelecidas as relações human to human, de forma realmente genuína e adequada ao mundo corporativo?

No painel em que moderei, foi destacada a importância de personalizar a comunicação interna, colocando o foco no humano, apresentando abordagens inovadoras que utilizam narrativas visuais e interativas para criar uma comunicação mais empática e envolvente. Durante a conversa, foi enfatizado  a importância de ouvir ativamente os colaboradores e integrar suas opiniões nas estratégias de comunicação, promovendo um ambiente de trabalho onde a comunicação é um diálogo contínuo.

Em uma outra perspectiva, foi discutido sobre como a inteligência artificial pode ser uma aliada poderosa na personalização da comunicação interna. Apresentando exemplos de como a Huboo.ai, que está ajudando empresas a otimizar suas estratégias de comunicação por meio de soluções baseadas em IA. Olhando para o futuro da comunicação, percebo que estamos diante de um cenário no qual a tecnologia está destinada a assumir papéis que ainda hoje mal podemos imaginar.

A educação precisa evoluir para incluir não apenas habilidades técnicas, mas também competências emocionais e sociais que são essenciais em um ambiente de trabalho em constante mudança. Isso significa que as instituições de ensino e as empresas devem colaborar para criar programas de treinamento que integrem tecnologia e humanização e inovação na comunicação interna.

Em um contexto geracional, a transição de gerações no ambiente de trabalho apresenta um desafio adicional. Com a entrada da Geração Z no mercado, as empresas precisam se adaptar a uma força de trabalho que valoriza a flexibilidade, a diversidade e a inovação.

Ao integrar as perspectivas únicas de cada geração, as empresas podem estimular um ambiente de aprendizado contínuo e inovação, essencial para prosperar em um futuro tecnológico.

E, para entender este novo desafio, precisamos olhar para a forma como a tecnologia está moldando nossas interações. Marshall McLuhan disse que “nós moldamos nossas ferramentas, e então nossas ferramentas nos moldam”. Essa afirmação nunca foi tão verdadeira. As plataformas digitais, as redes sociais e as ferramentas de comunicação instantânea estão redefinindo o que significa estar conectado.

No entanto, a conexão superficial não substitui a interação significativa. Para navegar nesse novo cenário, acredito que precisamos promover a empatia digital, desenvolver tecnologias que incentivem a compreensão humana, revalorizar o tempo de qualidade e criar espaços onde a interação humana seja priorizada, mesmo em ambientes digitais. Além disso, é essencial educar para a conexão, ensinando habilidades de comunicação e relacionamento desde cedo.

O futuro da comunicação está repleto de desafios e oportunidades. Enquanto a tecnologia continua a evoluir, acredito que nosso foco deve ser em como podemos usar essas ferramentas para enriquecer, e não substituir, os relacionamentos humanos. E aqui estou falando da relação ‘Human to Human’ (H2H) de verdade, que preza a conexão genuína e autêntica entre pessoas, independentemente do contexto em que essa interação ocorre.

Ou seja, é importante não esquecer da empatia, da personalização e da autenticidade nas interações. Numa sociedade cada vez mais digital e automatizada, onde as interações são frequentemente mediadas por tecnologia, o conceito de H2H lembra as empresas e indivíduos da importância de manter a humanidade nas comunicações. Significa ouvir ativamente, responder de forma personalizada e construir relacionamentos baseados na confiança e no respeito mútuo.

*Cleide Cavalcante é jornalista com Master pela Universidade de Navarra e especialização em Comunicação Interna, Cleide é Gerente de Comunicação na Progic, empresa líder em tecnologia para Comunicação Interna no Brasil. Possui mais de 20 anos de experiência e 350 projetos digitais implantados em grandes empresas, como IBM, Danone e Michelin.

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