Por Guto Fragoso, CFO da Kamino*
A transparência nos relatórios financeiros é um pilar fundamental para o sucesso de qualquer empresa, principalmente, quando o negócio está crescendo e especialmente, em um cenário empresarial cada vez mais competitivo e regulamentado. A transparência financeira, entretanto, vai muito além da simples “prestação de contas“, é também fundamental para construir confiança com investidores, credores, funcionários e outras partes interessadas. Ainda assim, muitos gestores têm receio ou não sabem os passos necessários para construir esses processos. Especialmente, porque envolvem a divulgação completa e precisa das informações financeiras.
Essa transparência é fundamental por várias razões. Uma das mais importantes, é a construção de confiança, demonstrando que a empresa é gerida de forma honesta e responsável. Além disso, a disposição desses dados de maneira clara, também permite a tomada de decisões informadas, a conformidade regulamentar e a atração de Investimentos – já que Investidores são mais propensos a investir em empresas transparentes. Ainda, para além desses pontos, esses relatórios também colaboram para a construção de uma reputação de mercado, o que atrai mais clientes e talentos.
Para garantir a transparência, um relatório financeiro eficaz deve incluir vários elementos-chave que mostrem o que a empresa possui e o que deve, além da receita, das despesas e o lucro ou prejuízo durante um período. Os fluxos de caixa também devem ser analisados, detalhando as entradas e saídas, divididas em atividades operacionais, de investimento e de financiamento.
Mas tudo isso só é possível quando empresas adotam boas práticas. Alguns dos mais importantes, estão em seguir padrões contábeis reconhecidos que forneçam diretrizes claras e implementar controles internos que previnam fraudes e erros nas demonstrações por meio de auditorias internas, revisões independentes e políticas claras para aprovação de transações.
Gestores também precisam ter em mente que a tecnologia ocupa um importante papel, portanto, adotar softwares e sistemas de gestão financeira pode ajudar a automatizar processos, reduzir erros e melhorar a precisão dos materiais. E, por fim, investir na equipe financeira é sempre uma boa alternativa, pois garante que os funcionários estejam atualizados com as últimas práticas contábeis, regulamentações e tecnologias. Isso não apenas melhora a precisão dos relatórios, mas também promove uma cultura de transparência e responsabilidade. Nesse sentido, manter uma comunicação clara e aberta é essencial tanto para investidores e credores, quanto para funcionários. Isso pode incluir reuniões regulares, apresentações de resultados, relatórios anuais e comunicados à imprensa. Todos esses passos ajudam a mitigar alguns dos principais desafios da transparência financeira, como a complexidade contábil, mudanças regulatórias e, até mesmo, a gestão de dados financeiros.
Nesse sentido, a transparência nos relatórios é um componente importante para a saúde e o sucesso de qualquer empresa. Relatórios claros, precisos e completos não apenas ajudam a cumprir as exigências regulamentares, mas também promovem a confiança entre todas as partes interessadas. Ao adotar práticas contábeis reconhecidas, implementar controles internos rigorosos, usar tecnologia avançada, investir em treinamento e comunicação, e realizar auditorias externas, as empresas podem garantir que suas demonstrações financeiras reflitam fielmente sua situação. Enfrentar e superar os desafios da transparência financeira é uma tarefa contínua, mas os benefícios em termos de confiança e sucesso empresarial valem o esforço.
*Guto Fragoso é cofundador e CFO da Kamino, software de gestão financeira, com banco integrado, para empresas. Economista formado pela Unicamp e mestrando em empreendedorismo pela FEA – USP, onde estuda empresas scale-ups, iniciou a carreira na consultoria Mckinsey, se dedicando a projetos de estratégia e finanças corporativas. Também atuou como gerente financeiro do Groupon, tornando-se CFO da operação no Brasil; como country manager da insurtech chilena ComparaOnline (financiada, entre outros, pelos fundos Kaszek e Ribbit); e ainda foi um dos líderes de produto da vertical de livros digitais (Kindle) da Amazon no Brasil.
