Por Fábio Falcão, CEO da IARIS*
À medida que o mercado tecnológico cresce, com inúmeras ferramentas e soluções inovadoras, percebo também o aumento das ameaças e riscos em relação à privacidade e proteção de dados no ambiente digital. Em meio a inúmeras possibilidades de ferramentas, a Inteligência Artificial ganha destaque como peça-chave para promover confiança, proteger dados e garantir a segurança de informações sigilosas. Para se ter uma ideia, dados do estudo da Acumen Research and Consulting mostram que o mercado global de IA no setor de cibersegurança foi responsável por US$ 14,9 bilhões em 2021, com estimativa de atingir US$ 133,8 bilhões até 2030.
A falta de segurança pode trazer muitos impactos negativos, como a violações de dados sigilosos do negócio e de clientes, o que pode prejudicar a imagem e credibilidade da empresa no mercado. Além disso, a violação de privacidade fere a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, e estabelece regras de segurança da informação para coleta, armazenamento e compartilhamento de informações.
Independente do setor, a tecnologia já está transformando o modo como as companhias realizam suas análises de dados. Os processos corporativos atuais vêm passando por uma série de adaptações que possuem a finalidade de torná-los mais céleres e seguros. Utilizando soluções de inteligência artificial estes processos trazem ainda economia nos custos, uma vez que tais análises são feitas em frações de segundos. Por meio da capacidade de obter o poder de análise de um volume grande de conjuntos de dados e informações, a IA, de forma rápida e automatizada, é capaz de identificar e barrar possíveis ameaças e fraudes cibernéticas com rapidez, antes mesmo que elas possam agir e causar danos.
No entanto, para que a tecnologia funcione de forma assertiva, é essencial implementá-la em processos que aumentem a confiabilidade e o controle, gerando respostas eficazes às ameaças. Em outras palavras, os processos de trabalho precisam ser adaptados e reconstruídos para diminuir potenciais riscos.
A integração da IA com serviço de nuvem, por exemplo, além de proporcionar mais economia e flexibilidade para as empresas, possuem uma base de segurança elevada, que, por meio de um conjunto de dados e infraestrutura robustos, atendem às necessidades de cada organização, podendo oferecer serviços de proteção específicos e auxiliar na cibersegurança dos negócios.
Outro exemplo é a automação de processos em IA, que permite transformar e otimizar os fluxos e a gestão de um grande volume de dados e informações, que fazem parte da rotina de trabalho de analistas de dados. Com a tecnologia, essas tarefas, muitas vezes repetitivas, podem ser automatizadas, o que possibilita às equipes centralizarem suas atuações em atividades ainda mais necessárias.
É nítido que, embora o cenário tecnológico apresente novos desafios em termos de privacidade e segurança de dados, a implementação da Inteligência Artificial não ajuda só a mitigar riscos, mas também a promover uma gestão mais segura e eficiente das informações. No entanto, não podemos esquecer que essa transformação exige um compromisso contínuo com a adaptação dos processos, visando a construção de ambientes digitais confiáveis e resilientes. Afinal, investir em segurança com o apoio da IA é investir na construção de confiança e credibilidade que toda organização precisa para se destacar no mercado atual.
*Mestre em Engenharia Informática com foco em Machine Learning e Computação Forense pela Universidade de Coimbra, Portugal, Fábio Falcão atua como professor de graduação e pós-graduação (MBA) em Machine Learning & IoT e Big Data e CEO da IARIS Tech, empresa especializada em soluções de IA.