Por Victor Papi, Diretor de Receita na Transfeera*
As carteiras digitais têm se tornado uma parte essencial do cotidiano dos brasileiros, transformando a forma como realizamos transações financeiras. Em um cenário onde a tecnologia avança a passos largos, essas soluções têm se destacado pela praticidade, agilidade e segurança que oferecem.
De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, o Brasil já conta com mais de 480 milhões de dispositivos digitais em uso, sendo uma média de 2,2 dispositivos digitais por pessoa, esse cenário alavanca as possibilidades da utilização desses dispositivos também para transações financeiras via carteiras digitais.
Essa utilização massificada de dispositivos, assim como avanços em segurança digital, tem aumentado a confiança nas carteiras digitais e as possibilidades de uso. Com o uso de tecnologias como criptografia, autenticação biométrica e tokens temporários, as transações são protegidas. Esses recursos tornam o uso das carteiras digitais não apenas prático, mas também seguro, garantindo que os dados dos usuários estejam protegidos.
O futuro das transações financeiras no Brasil está diretamente ligado ao crescimento das carteiras e das transações digitais. Um estudo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) aponta que sete em cada dez transações bancárias são realizadas via celular, e só em 2023 foram feiras 130,7 bilhões de operações por smartphones.
Outro fator importante a ser considerado é a pandemia de COVID-19. Esse momento impulsionou o uso de carteiras digitais, que funcionam também como uma alternativa segura ao dinheiro físico. A conveniência de pagar com apenas um toque no smartphone ou smartwatch tem atraído cada vez mais consumidores, que buscam facilitar os pagamentos diários.
Essa praticidade e conveniência no dia a dia possibilita pagamentos rápidos e eficientes, sem a necessidade de carregar dinheiro em espécie ou cartões físicos. As carteiras digitais permitem a integração com diversas plataformas e serviços, desde pagamentos em lojas físicas e online até transferências de dinheiro entre amigos e familiares.
Com processamento de transação realizado em segundos, a agilidade ganha espaço, eliminando a espera nas filas e tornando o processo de pagamento mais eficiente. Isso é benéfico para o comércio, que atende mais rápido, e para os consumidores, que economizam tempo.
Acredito que para o futuro, as carteiras digitais prometem ainda mais inovações, agregando também outras formas de pagamento, além dos cartões. Uma novidade recente, que promete também alavancar o uso das carteiras digitais, é o uso do Pix por aproximação.
O Banco Central informou que as compras por Pix poderão ser feitas por aproximação a partir de fevereiro de 2025. Com isso, o consumidor não precisará mais acessar o aplicativo do banco para realizar um pagamento, pois a pessoa poderá cadastrar uma chave Pix em uma wallet.
A integração com outras tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA) pode tornar as transações ainda mais personalizadas. Por exemplo, dispositivos IoT poderão realizar pagamentos automaticamente por serviços como estacionamento e pedágios, enquanto a IA poderá oferecer sugestões de compras baseadas nos hábitos do usuário.
Outra tendência é a expansão das carteiras digitais para além dos pagamentos, integrando serviços financeiros completos, como gestão de investimentos, seguros e crédito. Isso transformará as carteiras digitais em verdadeiros hubs financeiros, concentrando diversas funcionalidades em uma única plataforma.
Para aproveitar ao máximo as vantagens das carteiras digitais, é importante seguir algumas dicas de segurança e uso consciente: habilite a autenticação de dois fatores; utilize senhas fortes e sem combinações óbvias; monitore suas transações; e atualize seu dispositivo mantendo para garantir que todas as correções de segurança estejam aplicadas.
As carteiras digitais são um componente fundamental do futuro financeiro. A capacidade de oferecer agilidade, segurança e praticidade está transformando a maneira como realizamos transações e promete revolucionar ainda mais a economia brasileira nos próximos anos.
*Formado em Engenharia de Produção pela FEI e pós graduado em Gestão de Negócios pelo Insper, Victor Papi tem 8 anos de experiência no mercado financeiro. Já liderou a frente de automação e melhoria de processos do Itaú, idealizou as frentes de novos produtos da Porto Seguro, construiu a força de vendas da Cielo com contratação de pessoas jurídicas, e esteve à frente da área de Operações do Bankly. Atualmente atua como Diretor de Receita na Transfeera, fintech que fornece infraestrutura de pagamentos.