A gestão do fracasso

Olá, empresário! Você certamente já ouviu falar da fábula do gato e dos ratos, na qual os ratos tinham que achar uma solução para evitar serem comidos pelo gato. Então um deles teve uma ideia genial: pendurar um sino no pescoço do gato. Assim, toda vez que o gato se aproximasse, eles ouviriam o som do sino e poderiam sair correndo a tempo! O desafio da execução desta ideia era óbvio: quem iria por o sino no pescoço do gato?

Lembrei dessa fábula de Esopo porque me deparo todos os dias com empresários da pequena empresa, que gerenciam suas empresas orientadas para a falência. Mesmo, inconscientemente, fazem a gestão do fracasso. E é muito difícil dizer isso, diretamente, para um empresário que trabalha como um louco e não vê a cor do dinheiro, sem abalar a relação! Metaforicamente, eu seria comido pelo “gato”!

Então, criei um personagem fictício, porém com base em empresários reais, para ilustrar o que é uma Gestão do Fracasso. Esse é o sino. E cada leitor vai se identificar, ou não, com a referida gestão!

Eis o personagem:

Olá sou João, Dono da Get Eletrônicos

Abri minha loja no Centro há mais ou menos três anos e desde lá, vivo para ela. Eu sou apaixonado pelo que faço. Quando perguntam qual é a minha função, fico orgulhoso em dizer que sou “pau pra toda obra”, faço de tudo um pouco: cuido da importação, pago as contas, trabalho no caixa e também lido com parte da contabilidade.

Analise comigo o comportamento do João
João tinha o costume de pagar as contas logo cedo. Praticamente batia ponto no banco. Era o primeiro a chegar. Queria se livrar das obrigações para ficar com o dia livre para se dedicar ao trabalho. Na volta do banco, costumava tomar um cafezinho em uma lanchonete e pagava com o cartão da empresa. Isso acontecia quase todo dia no período da manhã.

À tarde, João ajudava Janaína (sua funcionária) no atendimento.

… E também cuidava da importação dos produtos. Era algo bastante burocrático e chato de fazer. Mas ele sempre dava um jeito. Se faltava dinheiro, João tirava do caixa. Se precisava de documentos, João arrumava. Era “pau pra toda obra”. A empresa era seu “porto seguro”.

Em sua cabeça, se não trabalhasse não teria salário no final do mês.

João até gostava de fazer cursos de capacitação, mas não colocava nada em prática. Afinal, ele já entendia o suficiente para vender equipamentos eletrônicos. Essa rotina levou João ao topo. Sua loja era reconhecida como uma das melhores da cidade. Seus preços eram os mais atrativos e seu atendimento era impecável.

João vê a empresa como se fosse um emprego. Precisa trabalhar como um condenado para receber seu mísero salário. João é “pau pra toda obra e líder de ninguém”. João entende muito de importação de eletrônicos, mas não sabe implantar as verdadeiras boas práticas de gestão. Nem se preocupa em administrar cientificamente, mesmo tendo feito uma faculdade de administração, além de outros cursos de curta duração. Pois não gosta dessa parte de seu negócio.

João não tem tempo para ser um PRESIDENTE que gerencia sua empresa. Ele prefere ser um simples dono (mas, isso deixa sua empresa sem rumo). João pensa pequeno só porque sua empresa é pequena. Ele não tem consciência de que grandes empresas, no início, também foram pequenas. João acha que pode tocar a empresa de qualquer jeito, porque “Fulano faz assim e dá certo”.

João mete a mão no caixa sempre que sobra um dinheiro, sem nenhuma regra. No pensamento dele não vai fazer falta. Os resultados de João são sempre imprevisíveis.

Depois de três anos de sucesso seu negócio, simplesmente, afundou por causa das dívidas.

O “porto seguro” se foi e João não tinha um centavo sequer no bolso. ZERO.  João foi à falência!

Se você se identificou com o empresário João, saiba que não está sozinho. Este tem sido o modelo de gestão brasileiro da maioria dos empresários do segmento da pequena empresa. A base deste modelo é a Confusão Mental Empresarial (CMF) e a Confusão Emocional Empresarial (CEM). João não registrava os números de sua empresa. Não os analisava. Não os encarava. Vivia no escuro. Vivia preso na operação. Não colocava em prática o que aprendeu nos cursos de administração. João, que era apaixonado pelo seu negócio, se achava insubstituível, por isso não delegava tarefas. Assim, não tinha tempo para dedicar-se às questões estratégicas.

E pior de tudo, como ele era dono de sua empresa, e como tal, era seu dono absoluto, não tinha ninguém, com mais conhecimento e experiência que ele, para cobrar seus resultados. Para fazer recomendações e impedi-lo de implantar ações prejudiciais às vendas ou aos lucros. Enfim, orientá-lo para pensar e agir na direção certa.

Como resultado, João trabalhava de maneira segura, todos os dias, em direção ao seu destino: a falência empresarial.

Se, por acaso, consegui colocar o sino em seu pescoço, fique alerta. Saiba que existe salvação para os Joãos que estão dispostos a assumir compromissos e aceitar desafios e, assim, mudar a tendência do colapso final de sua empresa.

No próximo artigo, mostrarei o modelo de gestão americano, que produz resultados de alto impacto.

Pense grande!

Pense como um Invicto!

Pense que você é o mestre de seu destino!

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