Fundo de ações apresenta recuperação e é exemplo de superação na pandemia

Fundo de ações de gestora catarinense teve o melhor desempenho no país nos últimos 12 meses com 112,04% de valorização das cotas

O mercado de ações é mais um que passa por momentos apreensivos na pandemia da Covid-19 e o resultado ficou visível com os números de 2020, um ano muito desafiador para todos investidores e que continuou este ano, tendo o pico de pânico no último mês de março. Após esse momento crítico, o fundo de investimento em ações gerido pela Próprio Capital, de Florianópolis (SC), foi o que apresentou a melhor rentabilidade nos últimos 12 meses encerrados em março de 2021, alcançando 112,04% de valorização das cotas, de acordo com levantamento feito com base nos dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

No mesmo período, a rentabilidade do  Índice Ibovespa foi de 59,7%. Sendo que a maior parte dos 343 fundos de ações com gestão ativa selecionados disponíveis para investidores comuns não chegou nem a bater este índice, já excluindo eventuais contagens repetidas em estruturas de fundos master e fee. Somente 234 fundos de ações conseguiram atingir retorno maior do que o Ibovespa nesse período.

O Próprio Capital FIA começou como um clube de investimento e foi transformado em fundo, em 2013. Em março de 2021 fechou com um patrimônio de R$ 79,3 milhões. Trabalhando no mercado de capitais desde a década de 1990, o gestor do fundo, Rafael Costa da Silva, afirma que a turbulência desse período demonstrou que é essencial analisar os fundamentos da economia e das empresas em cenários de médio e longo prazos. “As primeiras projeções feitas por analistas e alguns gestores eram muito pessimistas, mas entendemos que alguns setores se tornaram ainda mais estratégicos para a retomada do crescimento, como serviços essenciais, alimentação, logística, e-commerce, serviços com base em tecnologia, e a aceleração da demanda por  bens de consumo duráveis e material de construção”, comenta Silva.

Outra postura diferenciada adotada pelo gestor foi a de não investir em ações com pouca liquidez e não usar derivativos, tais como opções, futuros, e até mesmo operações a termo. Assim como não tentar adivinhar os movimentos de curto prazo entre bolsa e renda fixa, evitando o chamado market timing, “ficamos sempre 100% comprados em ações na bolsa”, diz Silva.

Com isso, durante toda a evolução da pandemia a gestora manteve  alta diversificação e liquidez da carteira, fatores essenciais frente às fortes mudanças na conjuntura local e mundial e acompanharam de perto  como as empresas em bolsa têm enfrentado essas evoluções.

Um exemplo dessa dinâmica foi a China “que surpreendeu o mundo ao conseguir manter uma forte demanda em vários produtos”, lembra Silva. Outro ponto destacado é a grande injeção de recursos dos governos nas economias e as taxas de juros baixas. “Com a grande disponibilidade de recursos, muitas empresas em bolsa aproveitaram para fazer captações tanto em ações como em dívida, ganhando um fôlego superior, o que trouxe resultados positivos e valorização das ações”, afirma o gestor da Próprio Capital.

Para 2021, Silva vê um cenário interessante para o  mercado de ações, com sinalização de uma recuperação forte de segmentos como varejo, construção civil e serviços. Além de que “as empresas já estão mais experientes com a pandemia, que por sua vez sinaliza um alento com a vacinação. As grandes empresas estão capitalizadas, investindo e realizando fusões e aquisições. Paralelo, setores exportadores estão em um ritmo acelerado. Para completar, o investidor continua tendo a necessidade de buscar novas alternativas de investimentos, migrando e investimentos para bolsa, frente às projeções que a renda fixa deve fechar o ano empatada com a inflação”, afirmou.

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