O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decide hoje, em reunião do conselho de ética prevista para começar às 9h, se retira do ar a campanha em que a modelo Gisele Bündchen usa lingeries da Hope para aliviar a tarefa de dar notícias ruins ao marido.
O diretor comercial da Hope, Carlos Eduardo Padula, vai usar os 10 minutos a que tem direito para defender a campanha da fabricante de lingeries, que, segundo ele, custou R$ 3 milhões.
“Fizemos uma coletânea muito grande, com apoio da agência, do que foi a opinião pública sobre a campanha e mais de 85% das opiniões são favoráveis. Nosso público alvo entendeu a mensagem e curtiu”, disse o executivo há pouco ao Valor.
O levantamento, que será apresentado na defesa, inclui a repercussão em meios de comunicação, redes sociais e os resultados de uma enquete feita no blog e no site da Hope.
“Acho que há aí um falso moralismo. O dia em que a feminilidade da mulher deixar de ser uma coisa a ser elogiada e admirada o mundo vai ficar muito chato”, afirma Padula.
O relator escolhido para analisar o caso apresentará seu parecer e, depois de sua defesa, marcada para 10h, Padula deixa a sala enquanto os conselheiros tomam sua decisão.
Caso o Conar decida retirar do ar a campanha, por discriminação de sexo, o executivo afirma que a decisão será cumprida imediatamente. Do contrário, o comercial fica no ar por mais 30 a 40 dias.
O processo foi aberto no Conar com base em denúncias de cerca de 30 consumidores. Em seguida, foi anexada uma representação da Secretaria de Políticas da Mulher (SPM). No documento, o órgão da Presidência da República considera que a propaganda “promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como mero objeto sexual de seu marido”.