Além da queda nas vendas no comércio, a tradicional contratação de temporários para o Natal deve sofrer com a crise. Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em 27 capitais e no interior do país indica que 8 em cada 10 empresários não contrataram nem pretendem contratar trabalhadores para este fim de ano, o que representa quase 85% do total.
A principal alegação dos contratantes é não ver necessidade na ampliação do quadro de funcionários para o movimento previsto de clientes, a expectativa de baixa demanda no fim do ano e a falta de dinheiro para pagar mão de obra extra. Segundo Edmour Saiani, especialista em gestão de atendimento e diretor da consultoria Ponto de Referência, diante da crise econômica, o atendimento eficiente será um fator determinante para reverter a expectativa negativa nas vendas.
“No período de maior disposição de compra, o atendimento é o pior do ano. Isso se agrava, principalmente, nos cinco dias que antecedem o Natal. Isso frustra o cliente que compra o ano todo e faz com que a marca não cumpra o principal papel da data, que é convidar o consumidor a voltar no ano que vem”, analisa.
O especialista, no entanto, alerta que o custo de ter mais gente do que o necessário é muito menor do que a falta de atendimento adequado diante da demanda. “Monetizar a perda de reputação faria os donos de negócio repensar essa estratégia. A solução é contratar menos, mas ainda contratar”, opina.