Estudo realizado pelo Sebrae mostra que, entre 2003 e 2013, o número de donos de negócios com alta escolaridade cresceu 59% no país, passando para 15% do total. O perfil dos empreendedores brasileiros rendeu três estudos publicados recentemente – com os temas de escolaridade, renda e informatização. O levantamento usa informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, principalmente a de 2013, a última disponível até o momento.
Para identificar o grau de escolaridade dos donos de negócio, a PNAD os classifica em três grandes grupos: até ensino fundamental incompleto; ensino fundamental completo até ensino médio completo; e ensino superior incompleto ou mais. Para simplificar, as três faixas foram denominadas, respectivamente, “baixa escolaridade”, “média escolaridade” e “alta escolaridade”.
Os empreendedores que se encaixaram no perfil de alta escolaridade ganham quase cinco vezes mais que os de baixa escolaridade. Eles começaram a trabalhar mais tarde, têm maior proporção de empregados e de serviços, e se concentram majoritariamente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Cruzados, os dados das pesquisas fornecem um perfil detalhado do empreendedor brasileiro. Por exemplo: a proporção de mulheres entre os donos de negócio é maior na faixa de alta escolaridade, segmento em que têm 41% de presença.
A informatização, como era de se esperar, aumentou expressivamente. A alta informatização cresceu 267%, o que significa que um total de 14,3 milhões dos entrevistados tinha computador em casa e acessou a internet nos últimos doze meses anteriores ao segundo trimestre de 2013 (em 2003, eram 3,9 milhões).
“Os donos de negócios com alta informatização são mais escolarizados e jovens, têm um rendimento médio mensal 207% superior aos de baixa informatização, tem maior carga de trabalho semanal, e trabalham principalmente nos setores de serviços e comércio”, informa, no resumo do trabalho, Marco Aurélio Bedê, coordenador da Unidade de Gestão Estratégica e coautor do trabalho, ao lado da analista Karina Santos de Souza.
Baixa informatização
Já os de baixa informatização são mais velhos, têm menos anos de estudo e começaram a trabalhar mais cedo. Com forte presença nos setores agropecuário e de construção, têm menos acesso a recursos de telefonia e previdência. Os três estudos completos estão disponíveis no Portal Sebrae, na área de Estudos e Pesquisas (acessível pelo botão Acesso Rápido, na home page).