A Fundação Telefônica Vivo acaba de lançar a segunda edição do estudo Juventude Conectada, sobre o comportamento do jovem e sua relação com a tecnologia, disponível para download em www.fundacaotelefonica.org/
Para 85% dos entrevistados, o celular é o principal meio de conexão por permitir que esteja o tempo todo online. “O jovem está permanentemente conectado e encontrou na tecnologia uma forma de expressão livre com autonomia e protagonismo”, avalia o diretor-presidente da Fundação, Americo Mattar.
O estudo mostra que a presença online ganha espaço como negócio – 21% dos entrevistados já empreendem no mundo digital e 49% pretendem empreender com o uso da tecnologia e internet em até cinco anos. Além disso, a participação social dos jovens na rede cresceu sete pontos percentuais em comparação com a primeira edição da pesquisa. Hoje, 69% afirmaram já ter participado de qualquer atividade online, ante os 62% registrados em 2014.
A preocupação com a agressividade associada à intolerância ficou mais evidente nesta edição. Dos entrevistados, 37% acreditam que a internet influencia o comportamento agressivo. Muitos preferem não revelar em suas páginas pessoais opiniões sobre política, gênero, classe social, entre outras, para não sofrer ameaças ou bullying.
O estudo ouviu 1.440 jovens de 15 a 29 anos, das classes A, B, C e D de todas as regiões do Brasil. As perguntas foram elaboradas com ajuda de um grupo de 11 jovens hiperconectados, com presença intensa na internet. O grupo também participou da análise dos resultados. Para enriquecer a análise, os dados foram discutidos com dez especialistas nos eixos – comportamento, educação, empreendedorismo e ativismo.
Desejo por empreender
A pesquisa mostra que 65% dos jovens preferem ter um negócio próprio a ser empregados. Desenvolvimento de conteúdo digital, plataformas de comércio eletrônico e programação de aplicativos e sites são as atividades mais citadas como forma de gerar renda a partir da internet.
Cresce engajamento social e também intolerância
Os jovens acreditam que a internet é uma ferramenta essencial na participação social. Quando uma iniciativa começa online, a probabilidade de participação, efetividade e alcance aumentam. Apesar disso, a maioria espera que o engajamento vá além: 44% desaprovam quem participa de questões sociais e políticas apenas na internet.
A força das redes para unir pessoas em torno de causas está consolidada entre os jovens. Dos entrevistados, 43% concordam que a internet aumenta a participação em mobilizações sociais ou políticas e 40% concordam que a internet colabora com uma visão mais crítica.
Entre as principais formas de engajamento do jovem, estão fazer comentários online (30%), ir para as ruas (28%), repassar convites para atos (28%) e compartilhar conteúdo nas redes sociais (28%). O porcentual de participação presencial é o mesmo das iniciativas online (28%).
O receio da agressividade e intolerância é manifestado em relação a temas específicos. Os principais são homofobia (mencionado principalmente por meninos e jovens de São Paulo, Recife e Belém), racismo, origem ou região (citado nos grupos de Belém e Recife), gênero ou machismo (mencionado especialmente por jovens de São Paulo e Brasília) e religião ou filosofia de vida (citado por todos os grupos, nem sempre em função de situações vividas por eles próprios).
Comportamento: interação e autonomia
Nos últimos dois anos, a convivência entre gerações (avós, tios, primos, mãe e pai, irmãos mais novos e mais velhos) no mundo digital tornou-se mais harmoniosa e a preocupação do jovem com o uso inadequado de fotos ou comentários por familiares perdeu importância. A mudança é atribuída ao crescimento do uso de smartphones e notebooks que proporcionam mais autonomia e liberdade por serem acessados de forma individualizada.
Na primeira edição da pesquisa, uma das formas mais utilizadas para fugir do controle dos pais era apagar o histórico de navegação do browser e agora o uso seletivo das mídias digitais cumpre esse papel.
No que se refere à interação, os jovens acreditam que as amizades são construídas, independentemente da proximidade física. Mais do que uma extensão, a relação online complementa a offline. Os especialistas entrevistados concordam que a autenticidade ou profundidade das relações pode existir nas amizades virtuais que muitas vezes são transportadas para o ambiente não virtual.
Potencial da tecnologia na Educação
O uso da tecnologia está incorporado em todos os aspectos da vida do jovem, exceto na educação. Apesar disso, os jovens estão convencidos de que podem aprender mais se tiverem acesso a tecnologias em sala de aula. Dos entrevistados, 92% concordam que a internet possibilita maior acesso a conhecimento e informações; 49% concordam que usar a internet melhorou a fluência em inglês; e 42% concordam que ficam mais motivados a estudar com o uso da internet.
A Fundação Telefônica Vivo tem projetos em todo o país que comprovam a eficiência das tecnologias aplicadas à educação. “Alunos empoderados para exercer seu protagonismo em sala de aula utilizando as tecnologias podem ter melhor aprendizagem especialmente nas disciplinas básicas, como matemática e português. Somente com a plataforma Escola Digital oferecemos conteúdos que podem beneficiar até 22 milhões de alunos”, explica Americo Mattar.
A pesquisa também ganhou versão em vídeo, filmada em formato de série com quatro episódios de 26 minutos cada. O documentário “Juventude Conectada” reúne entrevistas com personagens reais que refletem as características identificadas nos quatro eixos da pesquisa. O material está disponível emyoutube.com/fundacaotelefonica