O declínio dos superávits comerciais brasileiros, invertendo a tendência de recordes entre o final do governo FHC e o segundo mandato de Lula, mostra que o País precisa de mais do que o dólar mais elevado para expandir as exportações. O produto brasileiro necessita aumentar a competitividade se quiser concorrer com alguma chance com os produtos chineses, por exemplo, que estão ganhando mercado mundial numa velocidade sem precedentes.
A desvantagem brasileira é gritante: nossa carga tributária é tradicionalmente superior à dos concorrentes, o que é agravado pela péssima logística que reflete um sistema de transporte superado e muito caro. Todos sabemos que pela via governamental esse quadro não muda tão cedo. Fora os desacertos na área política, o setor público vive uma das piores crises fiscais de sua história porque gastou mais do que devia; e não existem investimentos suficientes para melhorar a logística.
Na reportagem de capa desta edição, mostramos como o uso de informações que cabem perfeitamente em uma simples etiqueta de código de barras ou em modelos similares, que podem ser lidos na internet, podem ajudar o produto nacional frente aos concorrentes. Essa ferramenta, chamada de rastreabilidade, mostra ser possível oferecer a história completa de um produto, desde a fonte de produção até o consumidor final, numa simples conexão entre um smartphone e outros aparelhos eletrônicos. A rastreabilidade não tem lado negativo. Além de mostrar a cara do produto brasileiro ao cliente externo, detalha informações que valorizam o sagrado direito do consumidor interno: saber exatamente o que está comprando.