5 passos para construir uma Cadeia de Suprimentos Sustentável

No Brasil, o tema da sustentabilidade aplicado aos negócios começou a ganhar força na última década, com a noção crescente da escassez e poluição dos recursos naturais no planeta e a responsabilização das empresas pelo mau uso e destinação de mercadorias.

Para o consultor João Saravia, responsável pela estruturação da Cadeia de Suprimentos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016, a adoção de práticas sustentáveis na cadeia de suprimentos é um desafio que deve estar na pauta de toda empresa. Só nos Jogos Olímpicos serão adquiridos mais de 30 milhões de itens que, se não tiverem uma destinação final correta, irão gerar uma poluição enorme no final do evento.

Para atingir um patamar que prevê a compra de mercadorias produzidas de maneira correta, social e ambientalmente, e com a finalidade de expandir essas práticas no meio empresarial brasileiro, o consultor elaborou cinco passos fundamentais para a criação de uma cadeia de suprimentos sustentável. A metodologia pode ser adotada por qualquer empresa, fazendo adaptações às suas particularidades.

Confira:

1 – Ao estabelecer os requerimentos, seja claro e foque no que realmente é importante, já que é praticamente impossível atender todo o supply-chain da empresa. Defina regras básicas que devem ser atendidas por todos os fornecedores e identifique quais as categorias de compra tem maior impacto em relação a sustentabilidade. A partir daí, defina requerimentos específicos para cada atividade. Manuais são úteis para a definição de requerimentos gerais e específicos.

2 – Desenvolva e capacite o mercado. Não adianta adotar requerimentos específicos se as empresas fornecedoras não estão aptas para atender a demanda.  Comunique com antecedência aos fornecedores o que será exigido e de que maneira podem chegar ao patamar esperado.  Utilize os canais de comunicação usuais para atingir o público específico e também o mercado em geral.

3 – Utilize os requerimentos estabelecidos préviamente nos processos de concorrência. Se foram elencadas prioridades que devem ser atendidas pelos fornecedores, devem ser seguidas na concorrência. É preciso ter clareza sobre qual o objetivo do conceito de sustentabilidade dentro da empresa e seguir as normas específicas, afinando  as ações com o setor de suprimentos.

4 – Monitore a produção dos fornecedores contratados. Selos de certificação de origem da matéria prima, além do acompanhamento de processos produtivos – qualidade, impacto ambiental, práticas trabalhistas, etc – garante que os fornecedores irão  manter  o nível exigido desde o início do processo.

5 – Garanta a destinação correta de resíduos e rejeitos após o uso. Criar mecanismos de logística reversa  garante o encaminhamento correto e ambientalmente sustentável dos suprimentos já utilizados.  É importante que essa estratégia seja definida com antecedência e observada durante a contratação.

O Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) elaborou um Manual de Compras Sustentáveis, após reuniões e debates com representantes de grandes empresas brasileiras ou estabelecidas no país. O guia prático elencou  a adoção de normas de sustentabilidade nos processos de concorrência, gerando uma metodologia aceita como as melhores práticas de mercado. Baixe aqui, gratuitamente.

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