Democratização da sustentabilidade ganha espaço em debate sobre mudanças climáticas

Projetos em gestão de resíduos, energia renovável e reflorestamento mostram avanços reais na economia circular

A sustentabilidade é um tema cada vez mais presente na agenda global, mas torná-la acessível a empresas de todos os portes, governos e cidadãos — a chamada democratização da sustentabilidade — ainda é um desafio no Brasil. Com a chegada da COP30, em Belém (PA), o país tem a oportunidade de absorver insights globais sobre políticas públicas, inovação e soluções práticas, ampliando o alcance de ações sustentáveis.

Segundo Lucas Urias, Diretor de Estratégia e Inovação do Grupo Multilixo, líder em gestão de resíduos privados em São Paulo, a democratização depende da integração entre tecnologia, educação e políticas públicas. “Não basta falar em sustentabilidade: é preciso criar condições para que mais pessoas e empresas possam participar de forma prática. Cada ação conta, da separação de resíduos à adoção de energias renováveis ou à recuperação de áreas degradadas. A COP30 oferece ideias e experiências que podem inspirar e acelerar essa transformação”, afirma Urias.

Embora o tema da sustentabilidade esteja cada vez mais presente nas discussões públicas e empresariais, a realidade brasileira ainda mostra um cenário desigual. Em várias regiões, a infraestrutura para destinar corretamente os resíduos é limitada e o acesso a soluções tecnológicas segue concentrado em poucos polos. Mesmo assim, há experiências que provam que o avanço é possível.

Em São Paulo, a Flacipel opera uma das plantas de reciclagem mais modernas do país, com capacidade para processar 8 mil toneladas de resíduos por mês. O sistema automatizado permite a separação precisa de diferentes materiais e a recuperação de metais ferrosos e não ferrosos. No interior do estado, a UTGR de Jambeiro tornou-se referência nacional ao produzir 30 mil metros cúbicos diários de biometano, energia limpa que também gera até 170 mil toneladas de créditos de carbono por ano.

Na área de energia renovável, a Multi Bioenergia transforma resíduos orgânicos e industriais em biogás e eletricidade, ampliando o uso de fontes limpas e reduzindo emissões. Já a UR Florestal atua na restauração de áreas degradadas com espécies nativas, trabalho que ajuda a recompor ecossistemas e reforça a importância da biodiversidade como base de uma economia mais equilibrada.

“Transformar a sustentabilidade em algo inclusivo significa que empresas, governos e cidadãos possam contribuir de maneira prática e mensurável. O aprendizado que vem de eventos como a COP30 ajuda a conectar experiências, fortalecer boas práticas e inspirar novas iniciativas que beneficiem toda a sociedade. Isso permite que todos participem da transição para uma economia mais circular, integrando crescimento econômico, inovação e responsabilidade ambiental de forma concreta e acessível”, finaliza Urias.

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