Inovação e sustentabilidade: conheça 3 empresas que estão apostando em micélio e economia circular

As startups Typcal, Mush e Muush exploram o potencial do micélio para transformar negócios e gerar produtos inovadores

Focadas em resolver problemas da indústria de alimentação, materiais e têxtil, as startups Typcal, Mush e Muush utilizam micélio, parte vegetativa de um fungo composta por um conjunto de hifas (filamentos finos), e economia circular para desenvolver produtos melhores para as pessoas e para o planeta. A atuação das três empresas envolve a biotransformação de resíduos sólidos (cascas, folhas, bagaços, serragem) e líquidos (advindos da produção de alimentos) em novos bioprodutos com baixa pegada hídrica e emissão de CO2, reduzido consumo de energia, e menor quantidade de químicos tóxicos ao meio ambiente.

Assim, Typcal, Mush e Muush querem não apenas transformar o modo como produzimos, mas como interagimos com a natureza. As empresas são pioneiras na América Latina em um mercado promissor que deve atingir globalmente US$ 3,84 bilhões até o ano de 2026, crescendo a um CAGR de 7,7%, de acordo com a plataforma de pesquisa de mercado ReportLinker.

A Typcal, primeira foodtech da América Latina a desenvolver fermentação de micélio para alimentação humana, aposta no uso de micélio como um novo ingrediente para a indústria alimentícia, onde atua como uma fonte rica de compostos bioativos que podem ser benéficos para a saúde humana. Com biotecnologia de ponta, a empresa desenvolveu um processo escalável e sustentável que dura somente 30 horas para produzir a proteína à base de micélio. O produto é fonte de proteína e fibra e pode ser aplicado em diferentes receitas, como plant-based, cárneos, pães, massas, biscoitos e outros, sendo extremamente versátil e promovendo mais saudabilidade para o consumidor.

“Mais que oferecer ingredientes alimentícios saudáveis e sustentáveis, a Typcal chega para revolucionar a indústria de ingredientes alimentícios causando impacto positivo na sociedade. O micélio, além de desempenhar um papel fundamental para a preservação ambiental, é uma verdadeira potência para a saúde. Ele oferece proteína saudável, com todos aminoácidos essenciais e de fácil digestão para o organismo, e outros nutrientes que trazem benefícios que vão desde a modulação do sistema imunológico até a promoção da saúde intestinal”, destaca Paulo Ibri (à esquerda na foto em destaque), confundador e CEO da Typcal.

Já a Mush, startup que fornece materiais que podem substituir polímeros sintéticos em aplicações como embalagem secundária, tem o micélio como item para abrir portas para novas tecnologias e soluções criativas e eficientes que podem revolucionar diversos setores. A empresa está transformando o recurso  e subprodutos da agricultura em matéria-prima para a construção civil, arquitetura e decoração, gerando materiais 100% biodegradáveis que se transformam em uma nova matéria-prima escalável, moldável e que pode ser descartada direto na natureza. Com produção negativa de carbono (CO2), uma vez que ocorre captura do elemento químico no processo de produção, a biotecnologia desenvolvida pela Mush impulsiona o agronegócio e gera impactos ambientais positivos.

“O micélio é a próxima revolução da matéria-prima. Isso porque ele surge como uma alternativa revolucionária a materiais que degradam o meio ambiente, oferecendo uma solução sustentável e ecológica. Os plásticos tradicionais, por exemplo, levam séculos para se decompor, poluindo os oceanos e solos. O micélio, por sua vez, é completamente biodegradável e se degrada de forma natural e rápida, o que reduz significativamente o impacto ambiental. Além disso, seu cultivo utiliza menos recursos naturais e energia, promovendo uma economia circular e um futuro mais verde para o nosso planeta”, reforça Ubiratan Sá (no centro na foto em destaque), CEO da Mush.

micélio ainda se destaca como uma ferramenta de biotransformação de resíduos orgânicos em novos materiais que podem substituir materiais industriais convencionais oferecendo soluções ecológicas inovadoras. A Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira, transforma os resíduos agroindustriais em um biotecido sustentável de micélioque pode substituir o couro sintético e o animal nos segmentos da moda, móveis e automotivo, gerando impacto positivo.

“O micélio é uma solução inovadora e sustentável para substituir materiais e tecidos que poluem o meio ambiente.  Isso porque, além de se decompor e reciclar materiais orgânicos, ele pode ser cultivado rapidamente e adaptado para diversas aplicações têxteis, diminuindo a necessidade de materiais sintéticos. Com isso, não estamos apenas inovando na moda, no design e em outros setores, o  biotecido de micélio também representa um avanço significativo para a redução dos impactos ambientais e a promoção de um futuro mais sustentável”, ressalta Antonio Carlos de Francisco (à direita na foto em destaque), cofundador e CEO da Muush.

Facebook
Twitter
LinkedIn