Proteína de micélio: como um mercado de quase U$ 6 bilhões deve mudar a alimentação no mundo

Com o diferencial de ser mais saudável e sustentável, o setor deve ser impulsionado pela indústria alimentícia nos próximos anos

Ainda pouco conhecido no Brasil, o micélio tem tudo para ser o responsável por mudar a alimentação mundial nos próximos anos. Essa proteína vem ganhando destaque principalmente na América do Norte e na Europa. De acordo com pesquisa da InsightAce Analytic, o mercado de micélio, parte vegetativa de um fungo composta por um conjunto de hifas (filamentos finos), está em uma constante crescente, com previsão de que alcance de U6 bilhões até 2031.  Um dos principais fatores para esse avanço é o aumento da demanda por ingredientes mais saudáveis e sustentáveis na indústria alimentícia. Localizada no Brasil, a Typcal é a primeira foodtech da América Latina a desenvolver a fermentação de micélio para alimentação humana, permitindo o cultivo de grandes volumes em menos de 24 horas, algo que é completamente inviável para outras fontes de proteína tanto animais como vegetais.

O CEO e cofundador da foodtech, Paulo Ibri (à direita na foto em destaque), explica que, embora o nome “micélio” ainda seja pouco conhecido, o ingrediente já faz parte da vida das pessoas há muito tempo. “A palavra ‘fungo’ pode causar estranhamento, pois no imaginário das pessoas está associado a algo ruim ou estragado. No entanto, já estamos acostumados a consumir há milhares de anos produtos com a presença deles, como queijos gorgonzola e brie, e também em cogumelos. Por isso, precisamos quebrar essa barreira e levar cada vez mais informação sobre o quão saudável e nutritiva é essa proteína”, aponta Ibri.

O ingrediente traz um diferencial inovador ao mercado de proteínas alternativas: quando comparado à proteína vegetal, já que proporciona uma estrutura mais fibrosa e similar à proteína animal, o que facilita a mimetização da carne, além de não adicionar nenhum amargor aos produtos, possibilitando também sua aplicação em outras categorias como biscoitos, barras de cereal e snacks. Em questão de nutrientes, ele é rico em fibras e suas proteínas contêm todos os aminoácidos essenciais, o que facilita a digestão, ao contrário de outras proteínas como soja e ervilha. Além dos benefícios para a saúde humana, o método de cultivo do micélio é altamente escalável e tem como base a economia circular, contribuindo para a preservação do meio ambiente e utilizando muito menos recursos naturais do que qualquer outra alternativa no mercado.. Esse processo tem como base a  biotecnologia e foi desenvolvido de forma exclusiva e patenteado pela Typcal.

“Diferente das demais proteínas, o micélio pode ser cultivado em ambiente totalmente fechado, dentro de reatores, sem a necessidade de áreas extensas de terra, luz solar ou grandes quantidades de água, além de emitir menos CO2. E nossa capacidade de produção de proteína por metro quadrado é 6 mil vezes maior do que a bovina”, ressalta Eduardo Sydney (à esquerda na foto em destaque), CTO e cofundador da Typcal. Ele acrescenta: “Ao introduzirmos o micélio na alimentação das pessoas, estamos promovendo não só a saúde, com alimentos mais nutritivos e saudáveis, mas também preservando o meio ambiente, reduzindo o desmatamento e a poluição exagerada causada pelo sistema agropecuário tradicional.”

“Acreditamos que o micélio é o futuro da alimentação equilibrada. Ele abre portas para inúmeras possibilidades de produtos benéficos para a saúde, que são, ao mesmo tempo, saborosos. Um exemplo são os alimentos híbridos, produzidos com 50% de proteína animal e 50% de proteína de micélio. Assim, trazemos uma nova forma de pensar a alimentação, que une saúde e cuidado com o planeta”, ressalta o CEO da Typcal.

Facebook
Twitter
LinkedIn