Maior produtora privada de eletricidade investe no carvão

Maior geradora privada de eletricidade no País, a Tractebel Energia aposta na geração termelétrica a carvão, como comprovam os investimentos no Complexo de Jorge Lacerda (SC) e as obras de construção da Usina Pampa Sul (RS), mas tem na matriz renovável a principal fonte de geração. A empresa possui 9 usinas hidrelétricas e 13 usinas complementares, dentro do portfólio de matrizes renováveis (biomassa, eólica, PCHs, de cogeração e solar). Só no estado do Ceará, a empresa colocou em operação o Complexo Eólico Trairi, em 2013, com uma capacidade de geração de 115,4 MW, e está em fase de implantação do Complexo Santa Mônica, que deve gerar 97,2 MW.

Os bons ventos que sopram para o investimento em eólicas no País apontam para o crescimento ininterrupto da capacidade instalada. Isso levou a empresa a investir em outras cinco unidades desse tipo que estão em fase de construção. “O fato da Tractebel Energia ter cerca de 85% de seu parque gerador de fontes renováveis está em linha com o fato de o Brasil também ser um país onde a geração de energia é proveniente, basicamente, de fontes renováveis, em especial de hidrelétricas”, avalia Manoel Zaroni Torres, diretor presidente da Tractebel Energia.

Entre as novas usinas da empresa que estão saindo do papel destacam-se o Complexo Eólico e Campo Largo, na Bahia, e Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte. Campo Largo, situado entre os municípios de Sento Sé e Umburanas, já está com o contrato de fornecimento de aerogeradores formalizado.

As obras devem começar em julho do próximo ano e a operação inicial está prevista para 2019. A capacidade instalada será de aproximadamente 970 MW, sendo 770 MW proveniente de fonte eólica e 200 MW oriundos de energia solar (fotovoltaica). Já o complexo de Santo Agostinho, construído nos municípios de Lajes e Pedro Avelino, deve  estar apto a participar de leilões de energia também em 2016. Quando estiverem em plena atividade, os dois complexos somados terão a capacidade para abastecer 8 milhões de pessoas, e uma capacidade instalada de 1.200 MW.

De acordo com Manoel Zaroni, a preocupação com fontes renováveis e o meio ambiente norteia as ações da empresa. Por isso, além dos investimentos ininterruptos em energia limpa, a Tractebel também vem apostando, ao longo da última década, em processos inovadores, que reduzem impactos ambientais. U

m desses projetos é utilizado no Complexo Termelétrico de Jorge Lacerda, com o aproveitamento da palha de arroz remanescente da lavoura, que é utilizado em um processo de cofiring junto ao carvão pulverizado. Para chegar ao tratamento final da queima da palha de arroz nas caldeiras projetadas para o uso exclusivo de carvão mineral, a empresa constituiu uma parceria com o Laboratório de Combustão e Engenharia de Sistemas Térmicos, do Departamento de Energia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Outro exemplo positivo dessa atuação é a usina de Co-Geração Lages (Ucla), que impulsiona a economia do planalto serrano catarinense. A usina é movida a biomassa da madeira, utilizando por ano cerca de 400 mil toneladas do resíduo proveniente das indústrias da região. Com um fornecimento aproximado de 25 toneladas/hora de vapor, a usina pode atingir uma geração de 28 MW, energia que é destinada majoritariamente à Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) e também negociada com consumidores livres. “A Tractebel tem um portfólio diversificado e identifica nas fontes renováveis uma oportunidade de crescimento de sua capacidade instalada e de liderança na transição energética”, assegura Manoel Zaroni Torres.

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