Um dos principais temas do Futurecom 2022, a tecnologia de quinta geração trará mais eficiência aos processos em diversos setores da economia

A chegada do 5G vai além de uma mera evolução de padrão de internet. Trata-se de uma nova tecnologia de serviços móveis, que coloca em prática soluções que antes eram apenas imaginadas e desejadas. O 5G possibilita não só mais velocidade para a internet móvel, mas uma resposta ao envio de dados (latência) muito menor, além de ter uma capacidade muito mais ampla de processamento de dispositivos conectados simultaneamente.
Tudo isso abre um campo enorme de novas aplicações para os mais diversos setores da economia. A internet de quinta geração, como também podemos nomear o 5G, oferece velocidade de download e upload de dados mais rápida, cobertura mais ampla e conexões mais estáveis. A principal diferença entre o 4G e o 5G é a velocidade de transferência de dados, que será maior com o 5G.
As distinções entre as duas gerações são apoiadas em três parâmetros: mais velocidade, menor latência e maior processamento (de dispositivos). Isso impõe grandes mudanças para usuários que dependam de alguma destas três características.
“Um vídeo gravado em um estádio de futebol ou em um show, por exemplo, poderá ser enviado a um amigo quase que de forma instantânea. Já o tempo para fazer o download de um filme deve ser em torno de 1 minuto. Enquanto a latência no 4G gira em torno de 80 milissegundos, no 5G ela terá entre 1 e 2 milissegundos”, explica Hermano Pinto, diretor do Portfólio de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets, responsável pelo Futurecom.
“Com o tempo, os pacotes de serviços das operadoras terão que se ajustar, mas esse processo será praticamente natural porque vai depender do uso e da demanda dos clientes. Caso ocorra qualquer majoração de valor, elas certamente estarão muito abaixo da proporcionalidade da oferta adicional de serviços”, completa.

As comparações entre 4G e 5G são inevitáveis e ajudam a entender o que representa as mudanças que essa nova fase traz: agora, serão as aplicações profissionais na indústria e na saúde que terão os impactos mais visíveis em termos desta mudança do 4G para o 5G. A arquitetura do 5G é tridimensional: com elevada capacidade de transmissão, altíssimo volume de dispositivos envolvidos e conectados e baixo consumo de energia.
Pelo fato de proporcionar menor latência, ou seja, menos tempo para que um dado trafegue de um ponto ao outro, a tecnologia de quinta geração viabiliza a conexão entre demais dispositivos, que poderão auxiliar na implementação de elementos que tragam eficiência aos processos em diversos setores como agricultura, indústria e logística.
No agronegócio, por exemplo, a chegada do 5G faz a conexão entre mais dispositivos em uma mesma rede, que poderão auxiliar na redução de desperdícios no setor. Todo esse conjunto faz com que a cobertura seja melhor pelo fato de a rede ser ampliada com mais qualidade na conexão. É possível implementar elementos que trarão eficiência para o processo produtivo integrado, desde os insumos até o envio do produto ao destino. Entre as aplicações estão o uso de drones para monitoramento climatológico, das operações agrícolas e identificação de pragas e até otimização de processos de irrigação.
A velocidade da quinta geração é até 20 vezes mais rápida que o 4G e a expectativa é que a tecnologia amplie a conectividade e permita o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis, com melhor cobertura e qualidade na conexão. Ao oferecer um conjunto maior de soluções e dispositivos, ela também terá papel maior de inclusão digital. Os “Fixed Wireless Access” (FWA – acessos fixos sem fio) devem permitir a inclusão de comunidades e equipamentos diversos, além de oferecer acesso à “economia digital” para muitos brasileiros que ainda foram nela incluídos. O fenômeno verificado com o PIX será multiplicado.
Alguns outros exemplos técnicos são a Extreme Mobile Broadband (eMBB), que vai impactar na qualidade e nos usos de videoconferências, realidade virtual, realidade aumentada, monitoramento inteligente em vídeo e tecnologia móvel em nuvem, a Massive Scale Communication (mMTC), que atuará no desenvolvimento ainda maior de wearables, redes sociais, monitoramento de saúde, interligação dos veículos com as estrutura de fiscalização e segurança de trânsito e edifícios inteligentes e a Ultra-Reliable Low Latency Service (URLLC), de aplicação mais industrial e estrutural, trazendo soluções para segurança pública, automação industrial, cirurgias médicas remotas mais acessíveis, entre outros.
A expectativa é que a tecnologia gere, em 15 anos, mais de US＄ 76 bilhões ao Agronegócio, além de US＄ 1,1 trilhão ao País, como mostra pesquisa realizada pela Omdia em parceria com a Nokia. Essa inovação impulsiona muitos mercados e é composta de muitas variáveis: espectros múltiplos para os sinais (de 500 MHZ a 90 GHz), inovação em antenas, interfaces aéreas flexíveis, arquitetura em nuvem, uso de sistemas óticos (com altas taxas de transmissão, densificação e confiabilidade), uso de Edge Computing, múltiplas redes independentes (Network Slicing), plataformas IoT (eficientes e de baixo consumo energético) e ainda, duas categorias de 5G coexistindo para melhor performance – Standalone (5G em rede exclusiva) e Non-Standalone (com núcleo 4G conectado à rede de quinta geração).
Existe um cronograma estabelecido em leilão para que o 5G atinja todo o País até dezembro de 2029. Mas essa programação pode até ser acelerada quando as aplicações industriais e de internet das coisas (IoT) ganharem momento. O resultado econômico do leilão alcançou cerca de R＄ 47 bilhões de forma não arrecadatória (89% revertidos em compromissos). A Vivo, a Claro e a TIM iniciaram a operação de suas redes 5G na faixa de 3,5 GHz em Brasília no dia 6 de julho. As faixas de 26 GHz ficaram a cargo de Vivo e Claro, com lotes nacionais, e TIM e Algar com lotes regionais. As outras faixas são 700 MHz (Winity/Pátria) e 2.3 GHz (Vivo, Claro, TIM, Algar e Brisanet).
De acordo com Hermano, os chamados “casos de uso” irão se multiplicar rapidamente, e “veremos muitas localidades de menor porte ganharem o acesso aos serviços 5G, fazendo uso, inclusive, de serviços em nuvem, parte integrante da arquitetura das redes 5G.”
As principais aplicações no País devem ser o FWA (acessos fixos sem fio, deixa de ser uma alternativa para aqueles que vivem em áreas sem outras opções de banda larga, passando a ser uma alternativa de banda larga competitiva), MPN (redes móveis privadas que, em combinação com o “Edge Computing” acelera os sistemas de decisão e resposta imediata, além de habilitar a automação, robotização móvel, veículos autônomos, realidade aumentada, computação a bordo, aprendizado de máquina), e IoT (internet das coisas, uma rede de objetos equipados com sensores que possam receber e transmitir dados via internet).

“A quinta geração de tecnologia móvel representa mudanças bastante robustas e exponenciais que trarão grandes benefícios para diferentes segmentos da economia, como saúde, educação, agricultura e transportes”, conclui o executivo.
As aplicações da tecnologia 5G, a velocidade da integração de dispositivos, sistemas e indústria, entre outros temas ligados à tecnologia e inovações serão abordados na edição presencial do Futurecom 2022, de 18 a 20 de outubro, no São Paulo Expo.

SERVIÇO

FUTURECOM 2022

Datas: 18 a 20 de outubro

Horário: das 10h às 20h

Local: São Paulo Expo

Site oficial do evento: Futurecom 2022

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