O I2A2 (Instituto de Inteligência Artificial Aplicada) tem origem e atuação no Canadá, país que hoje é considerado a Meca do mundo na geração e difusão dessa nova e revolucionário tecnologia. Mas também tem uma atuação destacada no Brasil, em especial em São Paulo, Goiás e agora com uma base em Florianópolis (SC).
Por Antônio Moraes
O Instituto já conta com a parceria de grandes empresas e instituições, a exemplo da Nvidia, Concordia University, Canadian Space Society, DMZ, UFG, CEIA, ABDI, Parque tecnológico de Itaipu e mais recentemente a Federação das Indústria de Santa Catarina (Fiesc).
A vice-presidente e responsável pelo I2A2 no Brasil é a empresária brasileira canadense Regina Landim Noppe que tem mais de 25 anos de experiência no mercado internacional. Nos últimos anos levou mais de 60 startups brasileiras para o Canadá, inclusive algumas com o foco na inteligência artificial, como a Data H, empresa que faz parte do grupo I2A2.
Nesta entrevista, Regina Noppe conta como o I2A2 pretende transformar os desafios, as dificuldades das empresas, em programas educacionais, beneficiando colaboradores e toda a sociedade.
EMPREENDEDOR: Quais as atividades, os programas e projetos que o I2A2 pretende desenvolver em todo o Brasil para promover e estimular o uso da Inteligência Artificial com a finalidade principal de beneficiar as pessoas e as empresas?
REGINA NOPPE: O I2A2 (Institut d’Intelligence Artificielle Appliquée) é uma organização canadense, sem fins lucrativos, dedicada a gerar impacto social positivo por meio da inteligência artificial.
Com mais de 10 mil profissionais capacitados em todo o mundo, o I2A2 colabora com governos, organizações e empresas para impulsionar transformações significativas por meio da inteligência artificial e da qualificação profissional contínua.
De que forma o Instituto pretende atuar para atingir as pessoas, a sociedade como um todo?
A I2A2 transforma desafios reais de negócios em programas educacionais práticos, por meio de uma metodologia própria e exclusiva (AxioMate), desenvolvida por Evandro Barros, empreendedor serial e fundador do instituto, e Bruno Gomes, Ph.D., neurocientista e pesquisador associado do MIT.
Inspirada na Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), a metodologia utiliza inteligência artificial para acelerar o aprendizado de adultos, oferecendo uma educação prática e significativa, diretamente conectada aos desafios internos das organizações. Ao tratar problemas reais como projetos educacionais, as equipes adquirem novas habilidades, resolvem questões estratégicas dentro de suas empresas e medem objetivamente os resultados alcançados.
No campo corporativo específico, empresarial, nosso objetivo é transformar cada empresa em uma universidade corporativa, capaz de difundir e influenciar o conhecimento dessa nova tecnologia entre todos os seus colaboradores.
Os cursos abertos do Instituto serão gratuitos para estimular o maior acesso possível. No entanto será preciso que o candidato seja aprovado em diferentes etapas para continuar e completar o curso?
Por ser uma instituição sem fins lucrativos, implica que o Instituto trabalhe com recursos restritos e se vale de patrocinadores para executar suas atividades. Deste modo, para que possamos entregar o que estamos propondo, de forma ampla e gratuita, contamos com o apoio de patrocínios e mantenedores.
Esperamos que todos os participantes se esforcem para absorver o máximo de conhecimento possível e que isto seja o suficiente para habilitá-los.
Estamos exercitando a busca e execução de boas ideias. Então, não conhecer sobre tecnologia da informação, não é um impeditivo. Diria que até é positivo pois permite uma visão distinta sobre os problemas. Boa parte das atividades são realizadas em grupo. Assim não é necessário que todos tenham conhecimento de programação. Saber a linguagem de programação é mais ou menos como saber mecânica para poder dirigir. Fundamental? Não. Ajuda? Sim.
Nas empresas, a impressão que se tem é que praticamente todas querem utilizar de alguma forma os recursos de IA, mas a maioria também nem sabe por onde começar. Como será cada vez maior essa entrada do I2A2 nas corporações?
Vamos entrar nas corporações com o nosso conhecimento, que é nosso DNA. Já somamos mais de 5.000 especialistas treinados em IA. O I2A2 já formou 4.500 profissionais e mais de 500 executivos C-level.
Dentro das empresas existe no momento uma grande preocupação com a perda de empregos, postos de trabalho. Isso realmente vai ocorrer ou não e como superar a preocupação com essa transformação tecnológica?
O mercado de trabalho está aquecido. O tema inteligência artificial está na pauta das corporações. Então, ter um bom posicionamento é fundamental para garantir boas oportunidade de trabalho. E a melhor forma de demonstrar seu conhecimento é através de capacitação e apresentação de casos práticos, que é o que pretendemos fazer neste curso.
O que podemos garantir é que grande parte dos colaboradores das empresas do grupo DATA H, é formado por egressos dos cursos do I2A2.
Qual o projeto no momento tem maior impacto na área dentro do Instituto?
O pilar social é muito forte dentro do I2A2. O objetivo é desenvolver cada vez mais iniciativas que se alinham ao “Al for Good”, tudo para o bom, a exemplo do projeto “I2A2 Pará de Inteligência Artificial para Projetos Sustentáveis – Rumo à COP 30”. Esse projeto está em desenvolvimento e se destina aos habitantes da região Norte do país e tem o objetivo de desenvolver com o uso da IA soluções para os problemas de sustentabilidade na região. É um curso, treinamento, que vai gerar soluções impactantes que vamos apresentar em função da COP 30.
“Com mais de 10 mil profissionais capacitados em todo o mundo, o I2A2 colabora com governos, organizações e empresas para impulsionar transformações significativas por meio da inteligência artificial e da qualificação profissional contínua”