O ano de 2017 pode ser resumido pelas empresas brasileiras em uma palavra: expectativa. Depois de sofrerem o impacto da crise econômica, as empresas se reorganizam para – espera-se – voltar a crescer. Mas para alcançar o objetivo, será necessário melhorar a produtividade das organizações. De acordo com dados do Conference Board – organização americana que reúne cerca de 1.200 empresas públicas e privadas de 60 países -, um brasileiro tem produtividade equivalente a 24% da de um americano, por exemplo.
“Existem diversos aspectos que podem melhorar a produtividade e a competitividade do Brasil. Além da reforma da CLT, o modelo de RPA (Robotics Process Automation, ou Automação Robótica de Processos), por exemplo, é um deles”, acredita Izaias Miguel, sócio da Visagio, consultoria em gestão e tecnologia com mais de 10 anos de experiência no tema.
De acordo com o executivo, o conceito de RPA tem ganhado força no mundo inteiro como uma forma rápida e eficiente para automatizar tarefas humanas repetitivas e dessa forma ganhar produtividade e qualidade nos processos, principalmente, de backoffice, como dos departamentos internos de contabilidade, recursos humanos, informática, etc.
“No Brasil, num cenário onde as empresas necessitam reduzir custos para minimizar os efeitos da crise, esse conceito tem permeado as discussões em todas as áreas de negócio. Pesquisas apontam que o custo de processos realizados automaticamente via RPA é em média 1/3 do custo de processos realizados por pessoas”, afirma Miguel.
Além de ganhar eficiência em processos de forma rápida e barata, a solução diminui os riscos de erros e fraudes e ainda permite a motivação da equipe. “Uma vez pronto, o RPA é capaz de trabalhar 24 horas por dia. Assim, as pessoas deixam de fazer tarefas mecânicas e passam a focar em atividades de maior valor agregado para a empresa”, diz Miguel.
O executivo ressalta ainda que o RPA não é apenas um software ou ferramenta, ele faz parte de toda uma solução de negócio e a gestão da mudança é essencial para garantir a implantação adequada dos processos. De acordo com ele, a escolha do modelo de governança vai impactar diretamente na ferramenta escolhida, nos processos desenhados e nos profissionais contratados, pois é ela que definirá a estrutura funcional, papéis e responsabilidades para garantir o funcionamento da engrenagem de implantação e operação.
“O RPA não deve ser conduzido como um projeto de tecnologia, mas como uma transformação prioritária do negócio, parte de uma estratégia mais abrangente de longo prazo da companhia rumo à digitalização”, completa o executivo.