O Fintech Trends 2025 destacou o protagonismo brasileiro na economia digital e apontou preocupações com a sustentabilidade ambiental
O Brasil ocupa hoje um lugar de destaque mundial no desenvolvimento de soluções de pagamento digital. Ferramentas como o Pix e o modelo Open Finance colocaram o país na vanguarda da revolução financeira, integrando consumidores e empresas de maneira mais acessível, rápida e gratuita. Mas, para que esse avanço continue de forma sustentável, será preciso considerar a produção e o consumo de energia , além do impacto ambiental do universo digital, como o alto consumo de água necessário para o resfriamento de data centers que alimentam essas tecnologias. Essa foi a tônica da palestra conduzida por Aaron Morais (foto em destaque), Payments Compliance Officer do Google Pay e diretor de Relações Institucionais da INIT (Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento), durante o Fintech Trends 2025, realizado, em Florianópolis.
O evento, promovido pela Vertical Fintech da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), reuniu executivos de fintechs, grandes empresas e órgãos reguladores para debater as tendências do mercado financeiro. Segundo Morais, “o futuro dos meios de pagamento e das fintechs está na desconstrução de barreiras e na integração”, áreas em que o Brasil vem se destacando pela combinação entre regulação sólida e inovação colaborativa.
De acordo com o executivo, cinco grandes barreiras vêm sendo superadas no ecossistema financeiro brasileiro. A primeira é o acesso aos meios de pagamento, hoje independente dos bancos tradicionais, impulsionado pela infraestrutura tecnológica e pela regulação. A segunda é a fluidez das transações financeiras, viabilizada pelo Pix, descrito por Morais como uma “revolução brasileira” que democratizou os modelos de pagamentos.
Outro eixo destacado foi o acesso e uso responsável de dados. O Open Finance tornou o Brasil um dos maiores ecossistemas de dados financeiros abertos do mundo, permitindo produtos personalizados e fortalecendo a concorrência. Essa transformação, observou Morais, amplia a autonomia dos consumidores e estimula a competitividade entre instituições.
A integração entre setores financeiros e não-financeiros representa a quarta fronteira em expansão. Modelos como o Bank as a Service permitem que empresas de diferentes segmentos ofereçam serviços financeiros diretamente aos clientes, impulsionando a inovação e a diversificação de receitas. A quinta barreira, de natureza global, envolve a internacionalização das experiências brasileiras, com destaque para temas como inteligência artificial, segurança, privacidade e sustentabilidade digital.
Neste ponto, Morais enfatizou a necessidade de um olhar ambiental sobre a digitalização: “Cada busca e cada transação digital têm um custo ambiental, principalmente no consumo de água para resfriamento dos data centers. É essencial garantir que esse avanço faça sentido para as pessoas. Afinal, as pessoas têm que estar sempre em primeiro lugar”, afirmou.
TENDÊNCIAS
Para Ricardo Toledo, diretor da Vertical Fintech da ACATE, o evento consolidou o papel de Santa Catarina como hub de inovação financeira. “O Fintech Trends é um espaço estratégico para discutir tendências, compartilhar conhecimento e inspirar empresas, inclusive de setores não-financeiros, a inovar em serviços e modelos de negócio”, destacou. Atualmente, a Vertical reúne 108 fintechs associadas, o que representa um crescimento de 42% em relação a 2023, refletindo o amadurecimento do ecossistema e a relevância crescente do tema no mercado nacional.
O Fintech Trends 2025 contou com o patrocínio da Solana, do escritório de advocacia b/luz, Finscale, Triven, Dell Technologies, Eroles Advogados, Zarv, CréditoAI, Passeio Primavera, Edunext e Quyta. São apoiadores: Abcripto, Abfintechs, Acrefi, Darwin Startups, Fenasbac e Nexpon.



