Empresas com melhor presença digital faturam mais

A pesquisa “Maturidade Digital, Lucratividade e Índice de Presença Digital das empresas brasileiras”, realizada pelo professor Dr. Cláudio Oliveira, coordenador de Digital Analytics do ESPM Media Lab, apresentada hoje no 2º Fórum Digital ESPM Media Lab, constatou que a presença digital de empresas brasileiras influência em seu resultado financeiro.

Dependendo da indústria esta relação pode ser mais intensa, como é o caso dos setores de eletroeletrônicos, bancos e telecomunicações. Foram coletados, durante dois anos, dados de audiência dos sites, presença em mídias sociais, buscas na internet, pesquisas de mercado e coleta de dados em páginas e perfis institucionais. As informações financeiras dos balanços das empresas foram coletadas na página das Maiores Empresas da Exame e no site do Banco Central.

No mercado financeiro, quando analisados os 12 maiores bancos no Brasil, verificou-se que as visitas aos sites e as buscas no Google têm forte relação com todas as variáveis financeiras, que são: patrimônio líquido, lucro líquido, depósitos e ativos totais. “Devido a alta digitalização deste mercado era esperado que as visitas aos sites tivessem relação com o resultado financeiro, pois diminuem os custos das operações. Mas vale ressaltar também que a lembrança de marca associada a produtos dos bancos apresentou uma forte correlação estatística com o resultado financeiro”. O professor ressalta que nas análises destes 12 bancos só foram consideradas as correlações com significância relevante.

Na indústria de eletroeletrônicos, além das visitas aos sites e buscas na internet, as variáveis relacionadas às mídias sociais, como por exemplo, seguidores do Twitter e inscritos e visualizações no YouTube possuem forte relação com o resultado financeiro. A variável mais correlacionada desta indústria foi crescimento, seguida de faturamento e lucro. “Interessante notar que nesta indústria, os líderes publicam vídeos detalhados sobre o uso do produto no seu canal de YouTube, aproveitando as potencialidades das mídias digitais, onde não há restrição de tempo e o próprio usuário escolhe qual informação deseja consumir. O que não verificamos na indústria automobilística, onde prevalecem as publicações dos comerciais veiculados na televisão”, esclarece.

A fim de exemplificar como o Índice de Presença Digital pode ser usado para verificar a competição de um mercado, a pesquisa apresenta o ranking de presença digital do setor de telecomunicações: 1º Vivo, 2º TIM, 3º Claro, 4º Oi e 5º Nextel. Este ranking foi calculado baseado no desempenho das variáveis que têm maior relação com lucro, faturamento, crescimento e rentabilidade. Estas variáveis são: tempo, permanência no site, quando o internauta navega além da primeira página e, buscas no Google.

“Ao inserimos essas variáveis em uma matriz de importância e desempenho ficaram claras quais são as áreas onde a empresa deve investir para aumentar sua vantagem competitiva no mercado, uma vez que comparamos diretamente o resultado de uma empresa com os seus concorrentes diretos. Existe uma relação objetiva e científica”, explica Oliveira. Além da análise estatística, estes estudos podem contribuir para tornar as empresas mais competitivas e melhorar a assertividade dos investimentos em mídia digital.

“As empresas que têm maior maturidade digital obtém lucro 26% maior que seus concorrentes, segundo pesquisa do MIT Digital Center e Capgemini. A nossa pesquisa inova ao trazer resultados brasileiros”, explica Oliveira. Para este lucro acontecer não basta realizar muitas ações diferentes em mídias digitais, ter presença em todos os canais, o que seria o perfil chamado de “fashionista”. Segundo o estudo do MIT e da consultoria Capgemini elas têm, inclusive, lucro menor.

O ponto principal é ter intensidade na presença digital e conseguir gerenciar os processos de comunicação de forma estratégica. “Ao invés das empresas simplesmente publicarem seus comerciais no YouTube, elas precisam criar um canal com vídeos detalhados de funcionamento do produto ou serviço e se comunicarem de forma efetiva com os seus consumidores nas mídias sociais”, explica Oliveira.

Nos próximos meses, Cláudio Oliveira pretende expandir essa pesquisa para outras indústrias, inserir variáveis de investimento e buzz, além de melhorar o entendimento das variáveis internas para explicar os motivos que leva a empresa a investir em determinadas mídias.

A pesquisa pode ser acessada no endereço: www.pesquisasmedialab.espm.br

 

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