Pagamentos integrados a aplicativos de mensagens e carteiras digitais mais robustas ainda não ganharam seu espaço no país, mas há potencial e mercado para isso
O Brasil é visto como um dos pioneiros na adoção de novos meios de pagamento tecnológicos. O país tem se destacado pelo crescente investimento nesse setor, refletindo sua rápida adaptação a inovações. Esse cenário é reforçado pelo fato de o Brasil ocupar o 4º lugar mundial no uso de smartphones, com uma média de 1,2 dispositivo por habitante e um total de 258 milhões de aparelhos em circulação, conforme dados de maio de 2024 da 35ª Edição da Pesquisa do Uso da TI, realizada pela FGV. Para efeito de comparação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a população brasileira é de 203 milhões de pessoas. No entanto, apesar do avanço, alguns meios de pagamento por aproximação, amplamente utilizados no exterior, ainda não foram adotados por aqui.
“Novas tecnologias internacionais têm grande potencial para serem bem-sucedidas no mercado brasileiro, uma vez que o país continua aberto à inovação e à integração de soluções financeiras. A entrada desses meios de pagamento pode intensificar a concorrência, estimulando fintechs locais a inovarem e melhorarem seus serviços. Eles também podem facilitar a internacionalização das fintechs brasileiras e promover parcerias estratégicas, aumentando a diversidade e qualidade das ofertas disponíveis no mercado”, afirma Fernando Nunes (foto em destaque), CEO da Transfeera, fintech que fornece soluções de pagamentos para empresas.
Pensando nisso, o executivo listou 4 tipos de pagamentos internacionais que podem funcionar no Brasil. Confira!
1 – Pagamentos integrados a aplicativos de mensagens
Uma forma inovadora de pagamento vem de aplicativos multifuncionais que combinam mensagens, redes sociais e compras. Muito populares em países asiáticos, essas plataformas permitem que os usuários realizem pagamentos diretamente dentro do app. Embora ainda com penetração limitada fora da Ásia, há grande potencial para crescer no Brasil, especialmente devido ao crescente uso de aplicativos de comunicação.
2 – Carteiras digitais mais robustas
Também originárias de mercados asiáticos, algumas carteiras digitais são mais do que simples métodos de pagamento. Além de transações, oferecem serviços financeiros robustos, como investimentos e empréstimos, e estão expandindo sua atuação em mercados globais, incluindo o Brasil. Essas plataformas são especialmente úteis para empresas com operações internacionais e consumidores conectados a esses mercados.
3 – Pagamentos móveis para dispositivos Android e iOS
Soluções de pagamento voltadas para dispositivos móveis, tanto iOS quanto Android, oferecem transações seguras e rápidas, utilizando tecnologias avançadas como autenticação biométrica e aproximação por NFC. No Brasil, essas plataformas estão disponíveis e vêm ganhando espaço, especialmente as voltadas para Android, que dominam o mercado. Enquanto as soluções para iOS têm adoção mais limitada, os pagamentos móveis estão em expansão à medida que mais consumidores e comerciantes brasileiros aderem a essas formas de transação digital.
4 – Plataformas de pagamento online
Algumas plataformas internacionais são amplamente reconhecidas por sua segurança e praticidade no comércio eletrônico. Já estabelecidas no Brasil, enfrentam o desafio de competir com soluções locais e transferências bancárias que oferecem menos taxas e maior agilidade, como por exemplo o Pix. Ainda assim, são uma boa opção para consumidores que buscam confiabilidade em transações internacionais.
“Para os próximos anos, a aceitação dos consumidores brasileiros tende a ser positiva, especialmente entre aqueles que já utilizam plataformas digitais e serviços de e-commerce. No entanto, a adaptação pode variar conforme a familiaridade dos consumidores com tecnologias digitais e a confiança na segurança desses novos métodos”, diz Nunes. “Temos construído no Brasil um ambiente muito bem regulado e seguro para meios de pagamentos e além da segurança, esses novos métodos podem oferecer conveniência e rapidez, características muito valorizadas pelos consumidores brasileiros”, finaliza o CEO da Transfeera.